No dia 23 de agosto, a comunidade camponesa Bom Acerto, localizada no município de Balsas, região Sul do Maranhão, foi alvo de um incêndio criminoso que atingiu três casas. Os moradores identificaram cinco homens, em um veículo sem placa, como os responsáveis pelo crime.
Em Bom Acerto vivem 16 famílias, que ocupam a região há mais de cinco décadas, vivendo do cultivo de mandioca, milho, arroz, além da criação de galinhas e patos. Os repetidos ataques terroristas promovidos pelo latifúndio contra os posseiros têm como propósito arruinar sua produção e forçá-los a sair de suas roças.
A luta dos posseiros em Bom Acerto
Essa não é a primeira vez que a comunidade é alvo desse tipo de agressão. Em agosto de 2020, os camponeses foram expulsos de suas terras em uma violenta reintegração de posse e tiveram suas casas e roças destruídas por tratores. O brutal despejo ocorreu em plena pandemia e contou com a coação de policiais fortemente armados e um oficial de justiça. Em meio a uma série de humilhações, os moradores recorreram e ganharam no Tribunal de Justiça o direito de voltarem para a área em maio de 2021. As ameaças e ataques, no entanto, nunca cessaram.
Segundo os camponeses, os ataques, tanto em agosto de 2020 quanto em 2023, são promovidos pelo latifúndio local e tem como base a disputa de terras. No caso particular de Bom Acerto, as terras são disputadas por João Felipe Demito, filho do ex-prefeito de Balsas e que também é dono de uma grande mineradora com atuação no Maranhão, Bahia, Tocantis, Mato Grosso, Pará e Piauí.