Mais de 300 camponeses tomaram as ruas do município de Arari, no Maranhão, no dia 1º de março, em defesa dos cinco militantes da organização camponesa Fóruns e Redes de Cidadania. Os ativistas, presos políticos desde o dia 28 de fevereiro, eram camponeses residentes do pequeno povoado de Cedro.
A manifestação camponesa carregou várias faixas e cartazes feitos a mão, com os quais os trabalhadores fecharam várias vias contra a prisão arbitrária de seus companheiros e em defesa de suas terras. A frase Somos os escravos de ontem, mas somos donos do nosso amanhã estampava em uma das faixas.
Em nota assinada pela organização, relata-se que Cedro e outras comunidades camponesas vivem sob o cerco de latifundiários grileiros. “As pessoas estão impedidas de ir e vir, de ter acesso à água, pescar, nem mesmo podem construir suas casas, comunidades centenárias reduzidas a um espaço mínimo, nas mãos de grupos que certamente têm influência juntos aos órgãos do Estado para praticar essas ilegalidades sem nada lhes acontecer.”, denuncia.
A organização afirma que tais crimes são feitos com o apoio de praticamente todo o aparato do velho Estado na região, contrariando suas próprias leis. “Continua a impunidade das cercas e de seus infratores, muito embora todos os órgãos públicos, de delegacia de polícia, ministério público, Sema, Ibama à dita Sedihpop, já estarem cientes da presente questão que se arrasta numa morosidade infinita e injustificável.”, protesta.
O cerco às comunidades camponesas em luta no Maranhão, estado da federação sob gerência do revisionista Flávio Dino (Pecedobê) é real e tem deixado suas marcas. No dia 26 de fevereiro, outra comunidade camponesa organizada pela organização Fóruns e Redes, chamada Santa Maria, foi invadida por grande contingente de agentes da Polícia Militar, com o objetivo de intimida-los e evitar que produzissem em sua terra, como foi noticiado pelo portal Diário de Luta.