MA: PM dispara contra manifestantes e é capturado e amarrado durante o protesto

No dia 29/11, um PM à paisana foi amarrado por moradores do Povoado Vilela após disparar contra manifestantes na rodovia MA-206.
PM foi amarrado por moradores após disparar contra manifestantes. Foto: Reprodução

MA: PM dispara contra manifestantes e é capturado e amarrado durante o protesto

No dia 29/11, um PM à paisana foi amarrado por moradores do Povoado Vilela após disparar contra manifestantes na rodovia MA-206.

No dia 29 de novembro, os moradores do Povoado Vilela, no município de Junco do Maranhão, iniciaram uma manifestação por volta das 6h30 da manhã contra a decisão de reintegração de posse em prejuízo dos posseiros da Gleba Campina. Os manifestantes fecharam a rodovia MA-206 e exibiram faixas com os dizeres Pela titulação! Contra a grilagem e a mineração!, quando foram atacados por um homem armado, usando capacete, óculos escuros e jaqueta, que disparou contra os manifestantes e chegou a acertar a mão de um dos moradores. Os manifestantes não deixaram a covardia impune: capturaram o elemento, amarraram seus membros e vendaram a visão. Depois da apreensão, os manifestantes descobriram que o agressor era um policial militar (PM) à paisana.

Leia também: MA: Camponeses bloqueiam rodovia contra grilagem de terras e cerco do latifúndio

Após a repercussão do caso e tentativas de criminalização contra a comunidade, os camponeses escreveram uma nota de esclarecimento que foi repercutida por entidades como a Associação Brasileira de Advogados do Povo – Gabriel Pimenta (Abrapo). No documento, os manifestantes afirmaram que o policial apareceu em uma moto e perguntou sobre o bloqueio de moto agressivo. Sem querer se identificar, ele tentou furar a manifestação, mas foi impedido pelos camponeses. Logo em seguida, o elemento desceu do veículo, disparou para cima e depois contra os manifestantes, e só parou quando a arma apresentou defeito. Ele foi então imobilizado e amarrado pelos moradores da Gleba.

Segundo os moradores do Povoado Vilela: “consideramos muito grave o que ocorreu, pois ficou muito claro para nós que ele não queria passar e sim nos alvejar! Se ele quisesse passar, era apenas se identificar que teríamos deixado, mas ele ESCOLHEU atirar contra os moradores do Povoado Vilela, sem nenhuma justificativa, mirou para nos matar, o que só nos livramos pelo fato da arma ter travado e então o termos imobilizado.”

A nota ainda informa que está sendo lançada uma campanha de criminalização contra a comunidade para criar uma revanche por parte da PM. Há indícios de que o policial militar em questão faça parte de um grupo de pistoleiros da fazenda da família de grileiros de terras, favorecida pela decisão da reintegração de posse.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: