Comunidades ocupam Prefeitura de Arari, no Maranhão. Foto: Reprodução/Redes sociais
Em nota oficial, o movimento Fóruns e Redes de Cidadania denuncia a perseguição contra os movimentos populares, acusando a conivência e o conluio do judiciário, do Ministério Público e do governo do estado maranhense, encabeçado por Flávio Dino (PCdoB), e sua PM vergonhosa, com o latifúndio e grileiros de terras da região.
O município de Arari integra a Área de Preservação Ambiental da Baixada Ocidental Maranhense, uma Zona de Proteção Internacional, porém se encontra tomado de grileiros ligados a grandes fazendeiros que ameaçam os territórios de comunidades tradicionais que lá vivem. Segundo relata o movimento, nada é feito pelo Estado para minguar a ação de grilagem, e as “autoridades” públicas trabalham “como verdadeiros capatazes do latifúndio destruidor, violento e criminoso”.
Comunidades unidas
Em sua página oficial em rede social, o movimento Fóruns e Redes de Cidadania informa que, no dia 2 de setembro, várias das comunidades de Arari ocuparam o prédio da Prefeitura, bradando palavras de ordem como Povo manda, governo obedece! e Povo unido e organizado luta e vence!
A comunidade Fleixeiras se fez presente, como também as do Cedro, Taboa, Felix, Estiva, Ilhota I e II, Juncal I e II, Carmo, Comundá, Baiano, Beira do Campo, Paiol, Santo Antônio, Bonfim, Barreiros e do Curral da Igreja. Elas denunciaram a falta de políticas públicas onde vivem, com relação à saúde, educação, lazer, geração de emprego e renda e sobre o isolamento de suas comunidades, devido a falta e a má conservação das estradas vicinais, que as mantêm isoladas.
Funcionários da prefeitura chamaram a PM e guardas municipais para retirar os manifestantes do edifício, porém eles conseguiram expressar suas reivindicações mesmo assim, com a assistência de seu assessor jurídico, o advogado Iriomar Teixeira.
Na página oficial, Fóruns e Redes também anunciam que, no dia 16 de setembro, as diversas comunidades realizarão em Arari um julgamento público sobre as práticas abusivas e arbitrárias perpetradas pelas “autoridades” contra as populações tradicionais e suas lideranças políticas – “lavradores, pescadores, quebradeiras de coco, marisqueiras, vaqueiros” –, como forma de cimentar sua luta contra o latifúndio.