Em Junho, o Comitê de Solidariedade à Luta pela Terra (Comsolute) divulgou uma nota sobre a mais recente vitória jurídica das comunidades camponesas do Vale do Gurupi contra a empresa Totalserv. Na ocasião, os posseiros dos povoados de Iricuri e Manaus da Beira, do município de Carutapera, foram processados pela empresa por supostamente terem invadido “Fazenda Novo Horizonte”, comprada pela Totalserv em um leilão.
O pedido pelo reconhecimento da propriedade da terra feito pela empresa foi indeferido pelo juiz de primeiro grau. E, na segunda instância (no Tribunal de Justiça) do Maranhão, o recurso foi negado. A documentação da grilagem não conseguiu se sobrepor aos 100 anos de ocupação das terras pelos camponeses.
No caso mais recente, a corporação está tentando vender o povoado Cajú em um leilão em São Paulo. E, enquanto move ação na justiça tentando expulsar os posseiros de mais de cinquenta anos e titulados pelo Iterma, a Totalserv já moveu sua “fazenda” com “títulos voadores” várias vezes para tentar grilar outras regiões.
Em 2018, a propriedade estava no povoado Cajú, em 2019 estava na parte de cima de Manaus da Beira, em 2023, na parte de baixo do mesmo povoado e agora no Iricuri.
Tamanho da fazenda “Novo Horizonte” em relação aos povoados que existem na região. Foto: Reprodução
A União das Comunidades em Luta (UCL) denuncia a gravidade da situação da grilagem na região de Carutapera e convoca a todos a se somarem na luta pela terra.