Na última segunda feira, dia 21, mais de 40 comunidades quilombolas de todo o estado do Maranhão iniciaram um acampamento em frente ao INCRA exigindo a regularização fundiária em processos que tramitam há anos no órgão federal.
No primeiro dia de ocupação, os camponeses e quilombolas chegaram antes de 5h da manhã para uma reunião estava marcada às 9h com o superintendente do INCRA, mas esta foi adiada para as 16h e recebeu apenas 8 das mais de 80 pessoas presentes na ocupação.
Passado mais de um ano após a primeira ocupação, o número de comunidades acampadas aumentou.
Em entrevista ao correspondente local de AND, Antônio Carlos, do Quilombo Santa Joana, localizado no município de Codó, relatou as dificuldades sofridas pela comunidade que, desde 2003, busca a titulação de suas terras.
Um processo de regularização se iniciou em 2011 através de um título provisório e até hoje segue da mesma maneira, com os moradores aguardando ainda o título definitivo.
“Como que o Brasil não tem recurso para resolver uma questão tão séria como a luta pela terra?” indaga o quilombola.
O Movimento de Quilombolas do Maranhão (MOQUIBOM) denuncia que, desde 2014, apenas três processos de titularização foram concluídos, representando uma média de um quilombo titulado a cada 12 anos. Essa demora tem gerado a intensificação de conflitos por terras e o avanço criminoso do latifúndio nas terras quilombolas.