Após 5 dias de greve, com paralisação de 100% dos trabalhadores do transporte rodoviário, os rodoviários da Grande São Luís conquistaram no dia 29 de abril, dos monopólios de empresas de transporte, uma série de reivindicações. Foram conquistados seus salários não pagos, o reajuste salarial de 7% devido aos trabalhadores e a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho, a qual as empresas se recusavam a firmar.
Além da garantia dos seus direitos, os trabalhadores colocaram como condição de encerrar a greve o não aumento no valor da tarifa de transporte em São Luís, assim como o retorno de linhas que foram retiradas de circulação durante a pandemia, o retorno do ar-condicionado nos ônibus, e a entrega de mais de 80 ônibus novos até setembro deste ano. Compartilhando, assim, das suas reivindicações com as de todo o povo, e exigindo melhores condições para o transporte público. Além disso, também como vitória da greve, os trabalhadores não terão desconto dos dias de paralisação.
A luta dos trabalhadores do transporte do Maranhão se junta à uma intensa mobilização da categoria em todo o Brasil, reflexo do aumento absurdo da sua exploração durante a pandemia da Covid-19. Nos últimos anos, os trabalhadores tiveram seus salários reduzidos sob ameaça de demissões em massa. Muitos trabalhadores que exerciam a profissão de cobrador já foram demitidos.
Além disso, em várias cidades país afora foram retiradas linhas de ônibus, assim como o transporte foi ainda mais sucateado.
A luta dos rodoviários tem se intensificado em todo o país e é expressão de elevada consciência da categoria, cuja média salarial atual não ultrapassa dois salários mínimos. Situação similar é vivida por todos os trabalhadores brasileiros, que nos últimos anos tiveram seus direitos cortados ao limite da sobrevivência para que grandes empresas pudessem continuar a atingir o lucro máximo diante da crise.
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