No dia 21 de junho, alunos da escola secundarista Centro Educacional Manoel Beckman (CEMB) realizaram um vitorioso cine debate como parte da ocupação que recentemente ocorreu no prédio. O colégio foi ocupado no dia 20/06 pelos estudantes contra o Novo Ensino Médio (NEM) e por diversas melhorias na infraestrutura da escola. Nos dois dias de ocupação, diversas atividades ocorreram na escola, desde debates até aulas preparatórias para o vestibular.
O debate reuniu cerca de 80 estudantes e foi iniciado com uma fala de exposição por um representante do Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEPF). Em sua fala, o aluno expôs como as Jornadas de 2013-2014 só podem ser compreendidas através do lugar que ocupam no processo histórico do país. Segundo ele, 2013 apresentou-se como a confluência de uma série de fatores sociais, dentre eles o evidente desgaste do projeto do oportunista petista, à época no gerenciamento do velho Estado, e do pacto de classes da “Constituição de 1988”, que foi incapaz de resolver os profundos problemas e contradições do País.
Após a fala da mesa, exibiu-se o vídeo A revolução não cai do céu, que demonstra as várias pautas progressistas levantadas naquelas justas rebeliões populares, desde a redução nas tarifas do transporte público, o direito à terra e território dos povos indígenas, até reivindicações de melhorias salariais dos professores. Foi ressaltado também a presença de José Maria Galhasi no vídeo, um dos fundadores de AND, imbatível combatente do povo e inspiração para toda uma nova geração de jovens revolucionários.
Após o vídeo, uma estudante do Centro de Ensino Professor Rubem Almeida denunciou a situação degradante de sua escola, cuja falta de condições básicas para a garantia da educação – desde os papéis higiênicos nos banheiros até a merenda digna nas cantinas – mantém a escola em “reforma” sem prazo de retorno.
O evento contou também com uma intervenção de um membro do Grêmio Preto Cosme, do CEMB, que afirmou:
— “O que podemos ter certeza é que as reivindicações justas das massas em 2013 ainda não foram nem de perto solucionadas. Basta vermos as condições, por exemplo, das escolas públicas desse país, o sucateamento e destruição total do ensino público como demonstra esse “Novo” Ensino Médio. Temos que ter a certeza e estarmos preparados para outros junhos de 2013 que certamente virão”.
Como continuação da atividade, no dia seguinte, os estudantes se organizaram para realizar uma pintura em uma sala até então fechada para os estudantes.
