Ônibus destruído pela enchente na Avenida Niemeyer Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
A noite da última quarta-feira, 6 de fevereiro, foi marcada por novos trágicos acontecimentos para a população carioca devido às fortes chuvas que atingiram a cidade e deixaram pelo menos seis pessoas mortas. O problema, que se prolonga ano após ano, independente de quem esteja na prefeitura, já não é novidade para muitos trabalhadores, que, mesmo perdendo o pouco que possuem, lutam para se reerguer após as “tragédias” (que, na verdade, são verdadeiros crimes contra o povo).
O temporal alagou ruas, derrubou árvores e causou queda de energia elétrica em várias partes. Na avenida Niemeyer, que liga a zona sul à zona oeste, uma encosta deslizou sobre um ônibus e duas pessoas morreram. O veículo, que ficou com a parte dianteira completamente destruída, só foi retirado na tarde do dia seguinte. Ainda na manhã desta sexta-feira, dia 8, a avenida prosseguia interditada por causa de outras quedas de barreiras em diferentes pontos.
No mesmo dia 6, além destas duas mortes, ocorreram outras quatro: duas em Barra de Guaratiba (na zona oeste), uma no Morro do Vidigal (na zona sul, onde um muro caiu) e uma na comunidade Rocinha (zona sul), que também teve deslizamento.
Descaso de Crivella
Um levantamento feito pela imprensa apontou que, em dois anos, a gerência Marcelo Crivella/PRB utilizou apenas R$ 166 milhões (ou seja, 22%) dos R$ 731 milhões aprovados para controle de enchentes e contenção de encostas no Rio de Janeiro.
Segundo o portal UOL, no ano de 2017, “dos R$ 342 milhões disponíveis, Crivella gastou apenas R$ 41 milhões”, e, em 2018, “o volume disponível foi maior e chegou a R$ 388 milhões, mas a prefeitura gastou menos da metade: R$ 125 milhões”.
Um descaso escancarado, já que é de conhecimento de todos que, nesta época do ano, os temporais castigam a população, principalmente os mais pobres.