Foto: Joerg Boethling
Em 25 de junho de 2021, um ataque com carro-bomba realizado no norte do Mali deixou 15 soldados da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (Minusma) feridos. A Minusma, força ligada à “Organização das Nações Unidas” (ONU), possui cerca de 13 mil soldados de diversos países atuando na sua intervenção no país africano da região do Sahel.
Segundo publicações da ONU na internet, uma evacuação das tropas estava em andamento depois que um carro-bomba atingiu uma base temporária perto de Tarkint. Informações oficiais confirmaram que um dos soldados da ONU que ficaram feridos era belga, e outros 12 eram alemães, dos quais três ficaram gravemente feridos.
No mesmo dia, outro ataque similar contra um posto militar avançado na aldeia de Boni, na região central do país, realizado por combatentes contrários à intervenção estrangeira no país, matou seis soldados do Mali. Quatro dias antes, um ataque com carro-bomba havia atingido seis soldados franceses que ficaram feridos, no centro do país.
A Alemanha emprega 1,1 mil soldados seus na Minusma, a maioria deles baseados em Gao. No início de 2021, o governo alemão aprovou uma prorrogação da participação da Alemanha na Minusma por pelo menos mais um ano, e manteve o atual número de soldados. Já a França, que encabeça a intervenção imperialista no Mali, possui 5,1 mil soldados em toda a região do Sahel, divididos no Mali, em Burkina Faso, Chade, Mauritânia e Níger.
O ataque às forças da ONU ocorreu depois que o presidente francês Emmanuel Macron anunciou a retirada das tropas francesas do Mali e uma fusão em uma missão internacional mais ampla na região.
O portal de notícias alemão Dem Volke Dienen (“Servir Ao Povo”), ao tratar sobre o episódio, afirmou que “as lágrimas de crocodilo da imprensa e dos políticos sobre a suposta maldade deste ataque estão diretamente ligadas à demanda de finalmente equipar o Bundeswehr [forças armadas alemãs] com drones assassinos para que possa cumprir adequadamente suas tarefas”.
Segundo os democratas alemães, desde 2012, o Movimento Nacional para a Libertação de Azawad, um movimento do povo tuaregue, tem tentado reconquistar seu território tradicional do governo do Mali e proclamar sua independência.
O Dem Volke Dienen publicou ainda que “o Bundeswehr e outras tropas imperialistas estão no país para proteger o odiado governo lacaio contra a resistência popular”. “As patrulhas da Bundeswehr, como a atacada, patrulham com o exército do Mali e, portanto, tornam-se naturalmente uma imagem inimiga das massas. Em parceria com os imperialistas, o estado do Mali é a causa da falta de desenvolvimento do país. As finanças do estado desaparecem nos bolsos de políticos, funcionários públicos e altos oficiais militares que competem pelo poder no Estado”, escreveram.