MA: Último mandado de prisão contra os camponeses do Povoado Vilela é revogado

Camponeses estavam sendo processados por terem reagido a um policial-pistoleiro que disparou contra manifestantes.
Manifestação na qual o policial-pistoleiro atentou contra a vida dos camponeses. Foto: Reprodução

MA: Último mandado de prisão contra os camponeses do Povoado Vilela é revogado

Camponeses estavam sendo processados por terem reagido a um policial-pistoleiro que disparou contra manifestantes.

No dia 11 de abril, camponeses conquistaram a revogação do último mandado de prisão contra os moradores do povoado Vilela, em Junco do Maranhão (MA), após os acontecimentos do dia 29 de novembro de 2023, nos quais um policial à paisana disparou contra camponeses que realizavam um fechamento da rodovia MA-206, sendo prontamente capturado pelos manifestantes e entregue no mesmo dia à delegacia. O trabalhador Pedro Rodrigues, que participava desta manifestação, havia sido denunciado por tentativa de homicídio qualificado, e sua prisão preventiva foi decretada.

“Cabo Filho”, como é conhecido o policial, atirou contra o trabalhador Manoel Messias Lopes dos Santos, que perdeu um dedo de sua mão atingida. “Cabo Filho” tentou atirar mais vezes, e somente foi impedido porque a munição de sua arma emperrou durante o disparo. Nesse momento, os demais que estavam no protesto, entre eles Pedro Rodrigues, interviram para derrubar o indivíduo da moto e o imobilizaram, evitando uma tragédia maior. Somente então, quando olharam os documentos do elemento, descobriram tratar-se de um policial militar.

Consta no processo que o Ministério Público, por sua vez, manifestou-se pelo indeferimento do pedido de revogação, e que a decisão é de revogar a prisão preventiva, substituindo-a por medidas cautelares. 

Os camponeses em luta acumulam vitórias

Ano passado, os camponeses do Vilela conquistaram outra grande vitória com a soltura de Isael Batista. No mesmo contexto citado anteriormente, Isael foi preso e passou 63 dias no cárcere, sendo solto graças à grande campanha de solidariedade feita no campo e na cidade em prol de sua liberdade. O policial “Cabo Filho”, por outro lado, sequer foi investigado e inclusive chegou a ser promovido.

Na manifestação em 2023, a comunidade protestava contra a sentença do juiz Cristiano Simas (hoje afastado sob suspeita de vender sentenças), que decretava que as terras da comunidade eram dos grileiros da família Finger. Estas matrículas, que somam 250 mil hectares, estão atualmente bloqueadas na justiça, como resultado da primeira manifestação da Jornada de Lutas Contra a Grilagem de Terras no Gurupi.

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