Manifestação fascista na Itália tem cumplicidade de Meloni

No dia 7 de janeiro uma odiosa manifestação organizada por uma súcia de fascistas ocorreu em Roma, no local que é sede do Partido “Irmãos da Itália”, o qual pertence à atual presidente de extrema-direita Giorgia Meloni.

Manifestação fascista na Itália tem cumplicidade de Meloni

No dia 7 de janeiro uma odiosa manifestação organizada por uma súcia de fascistas ocorreu em Roma, no local que é sede do Partido “Irmãos da Itália”, o qual pertence à atual presidente de extrema-direita Giorgia Meloni.

No último dia 7 de janeiro, uma odiosa manifestação organizada por uma súcia de fascistas ocorreu na rua Acca Larentia, em Roma, local que é sede do Partido “Irmãos da Itália”, o qual pertence a atual presidente de extrema-direita Giorgia Meloni. Os fascistas fizeram saudações e entoaram palavras de ordem em uma repulsiva homenagem a dois jovens membros do partido fascista Movimento Social da Itália (MSI), justiçados por militantes de esquerda naquele local em 1978.

Apesar do local do protesto, não houve nenhum pronunciamento por parte do governo acerca da manifestação, possível indicativo de uma cumplicidade da cúpula governamental com o conteúdo da agitação de extrema-direita.

Quem é Giorgia Meloni?

O partido de Meloni, denominado Partido dos Irmãos da Itália, é herdeiro direto do MSI, partido fundado em 1946 por Giorgio Almirante, ex-chefe de gabinete do Ministério de Propaganda Fascista do governo de Benito Mussolini. 

Em sua juventude, Meloni participou ativamente do MSI, ingressando em sua “Frente de Juventude” em 1992 enquanto ainda era estudante. Em 1996 chegou a dar entrevista a um veículo de imprensa francês, na qual afirmou: “acho que Mussolini foi um bom político. Tudo o que ele fez, ele fez pela Itália. Não houve outros políticos como ele nos últimos cinquenta anos”. 

Hoje, Meloni cinicamente nega que ainda nutre simpatia por Mussolini e pelo fascismo, mas é inapagável a sua trajetória política bem como a continuidade clara entre o antigo MSI e seu atual “Partido dos Irmãos da Itália”, que não por coincidência compartilham da mesma sede.

Sobre o caráter de Meloni e seu governo, é revelador a discrepância no tratamento dado às manifestações de extrema-direita em comparação com as manifestações populares do país. Em dezembro de 2023, um homem foi detido pela polícia “antiterrorismo” no Teatro Scala, em Milão, por ter exclamado “Viva a Itália antifascista!” ao fim de uma ópera que ocorria. A mesma preocupação da “polícia antiterrorista” não se verificou diante da escumalha fascista que se expôs em Acca Larentia. 

Tendência para a reacionarização

Os recentes acontecimentos na Itália não se desvinculam da tendência para uma escalada cada vez maior da extrema-direita e reacionarização nos países imperialistas da Europa, diante da visível crise econômica, política e moral que se aprofunda nesses países. 

Em todo o continente europeu, a extrema-direita tem aproveitado da crise geral para alçar-se como “possível saída radical”, mas mantendo a velha ordem de exploração e opressão sobre as massas, com piora nas condições de vida do povo e repressão ao movimento popular. Além da Itália, países como a Hungria e Polônia também têm forte expressão da extrema-direita, o primeiro sob gestão do fascista Viktor Orban. 

Os discursos anti-comunista, como expresso na recente manifestação na Itália, anti-povo e anti-imigração são elementos comuns desses grupos e partidos da extrema-direita.  Na questão da imigração, é comum que os líderes reacionários apoiem-se no chauvinismo para reprimir o povo, especialmente as massas imigrantes. Quando Meloni foi eleita, usou de forma extensiva o discurso anti-imigrante, de forma a mistificar que as ondas imigratórias para a Itália são causadas na verdade pela própria devastação causada nas colônias e semicolônias pelo imperialismo.

A tendência ao chauvinismo ficou ainda mais escancarada nos últimos meses, com a proibição, em países como a Alemanha e a França, de protestos pró-Palestina. No primeiro, a restrição foi justificada sob argumentos de que “os árabes são muito violentos e levam perigo à ordem pública”. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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