Faixa com os dizeres: Contra o genocídio: Rebelar-se é justo! é erguida pelas ruas do Rio de Janeiro. Foto: Banco de dados AND
O mesmo dia em que ocorreu a assinatura da chamada “Lei áurea”, 133 anos depois, foi marcado por manifestações por todo país, onde milhares de pessoas exigiram o fim do massacre do povo pobre e preto, e repudiavam a recente Chacina do Jacarezinho, promovida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, com aval do velho Estado.
Manifestações foram registradas em ao menos 13 capitais. Um dos maiores motores para a rebelião das massas neste dia foi a Chacina do Jacarezinho, onde 28 pessoas foram assassinadas pela Polícia na zona norte do Rio, em 06 de maio, durante uma operação de guerra contra o povo nas favelas, entre os mortos a maioria eram homens negros, que estatisticamente são os principais alvos das operações policiais.
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Outra importante questão levantada foi o genocídio promovido pelo governo militar de Bolsonaro e generais em meio a pandemia da Covid-19, já ceifou até o momento mais de 430 mil vidas.
As manifestações aconteceram no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Salvador, Brasília, Espírito Santo, Piauí, Ceará, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.
São Paulo, Avenida Paulista. Foto: Mídia Ninja
Florianópolis (SC). Foto: Reprodução
Imprensa democrática realiza coberturas
O AND realizou a cobertura da manifestação que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, este teve início no final da tarde em frente a Igreja da Candelária. Com a presença de mais mil pessoas, durante todo o trajeto os manifestantes entoavam palavras de ordem como Chega de chacina, polícia assassina!, Ir ao combate sem temer, ousar lutar, ousar vencer! e Fora Bolsonaro, genocida!
Rio de Janeiro. Foto: Banco de dados AND
Além das diversas organizações populares e independentes como Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR), estiveram presentes no ato as Mães de Manguinhos denunciaram os massacres e assassinatos protagonizados pela polícia que tirou a vida de seus filhos. Uma grande faixa com os dizeres: Contra o genocídio: Rebelar-se é justo! foi erguida por todo percurso.
Mães de Manguinhos denunciam os assassinatos protagonizados pela polícia. Foto: Banco de dados AND
Outra cobertura ocorreu no estado do Amazonas, No centro de Manaus, estudantes realizaram ato denunciando principalmente a chacina ocorrida na favela do Jacarezinho. Além dos estudantes, estiveram presentes membros da Frente Estadual pelo Desencarceramento do Amazonas. O ato percorreu as ruas do centro de Manaus e foi encerrado na Praça da Saudade.
Os manifestantes também denunciaram as diversas ações da Polícia Militar do Amazonas, muitas delas noticiadas pelo AND. Uma delas foi a chacina do Crespo, bairro da Zona Centro – Sul de Manaus, a investigação concluiu em janeiro de 2020 que há fortes indícios da chacina. O monopólio de imprensa noticiou a chacina como uma troca de tiros para combate ao tráfico de drogas.
Manifestantes erguem a fixa com os dizeres: “Reaja a violência racial Racismo é crime!”. Foto: Banco de dados AND
A Frente Estadual pelo Desencarceramento do AM divulgou o resultado da investigação: sete trabalhadores foram assassinados sem presença de pólvora nas mãos; foram efetuados 32 tiros “precisos, certeiros e fatais”; não houve presos; todos os corpos foram retirados do local, antes da chegada da perícia; nenhum PM ficou ferido.