Manifestantes empurram caixão escrito “Império Britânico” no rio Liffey. Foto: Anti Imperialist Action Ireland
Manifestantes que foram às ruas da Inglaterra e Escócia em diferentes dias para rechaçar a decrépita monarquia britânica foram detidos pela polícia. Os protestos ocorreram após a morte de Elizabeth II. Centenas rechaçaram a monarquia e celebraram a morte da antiga monarca com cartazes contra a monarquia, o imperialismo e o novo cabecilha da nobreza, Charles III. Durante a proclamação de Charles III como rei da Inglaterra, em Oxford, um manifestante foi preso após gritar “Quem o escolheu?”.
Na Irlanda, celebrações pela morte da decrépita e manifestações de rua contra a monarquia ocorreram em mais de uma cidade. Torcedores de futebol escoceses comemoraram a morte da decrépita durante o “minuto de silêncio” convocado antes da partida.
No dia 19/09, dezenas de republicanos socialistas irlandeses foram às ruas de Dublin para condenar a monarquia inglesa. Durante a manifestação, ativistas do Anti Imperialist Action Ireland arremessaram um caixão com a frase “R.I.P. British Empire” [Descanse em Paz, Império Britânico, em inglês] no rio Liffey.
Os manifestantes condenaram a ida de representantes do velho Estado semicolonial irlandês ao funeral de Elizabeth II e a “meia-haste” (símbolo de luto) da bandeira irlandesa sobre o General Post Office de Dublin, principal estação de correios da cidade irlandesa. O prédio é um símbolo nacional da Irlanda. Em 1916, durante o levante armado de republicanos irlandeses contra o imperialismo britânico (Revolta de Páscoa), foi usado como quartel-general dos combatentes da Resistência Nacional e, no dia 24/04 daquele ano, a Proclamação da República Irlandesa foi lida pelos revolucionários em frente ao prédio.
No dia 11/09, um homem foi preso após gritar “Quem o escolheu?” durante a proclamação de Charles III como rei da Inglaterra, em frente ao Parlamento, em Oxford, sul da Inglaterra.
Um outro manifestante foi detido no dia seguinte, por exibir um cartaz escrito “Ele não é meu rei”, em frente ao Palácio de Westminster, em Londres. A polícia o enquadrou sob “perturbação de ordem pública”. No dia 13/09, em solidariedade ao manifestante detido, um grupo de ativistas foi ao mesmo lugar com uma grande faixa e cartazes contra a monarquia britânica.
Em Edimburgo, capital da Escócia, manifestantes vaiaram a proclamação de Charles III como novo rei do Reino Unido, no dia 11/09. As massas presentes exibiam cartazes contra a monarquia e contra o imperialismo britânico. Uma manifestante com um cartaz anti-imperialista foi detida pela polícia. No dia seguinte, quando o cadáver de Elizabeth II chegou à capital escocesa, dois manifestantes foram presos por exibir cartazes críticos à monarquia em frente à Catedral de St. Giles, destino do cortejo fúnebre que acompanhava o caixão da monarca.
Massas celebram morte de Elizabeth II
No dia 08/09, massas irlandesas tomaram as ruas da cidade de Derry em celebração pela morte da rainha. Os manifestantes subiram em telhados de casas e agitaram bandeiras irlandesas pelas ruas, enquanto motoristas que passavam buzinavam os carros em apoio e regozijo.
Torcedores do time escocês Celtics celebraram a morte da rainha nos dias 14/09 e 18/09. Em ambos os dias, durante diferentes partidas, os torcedores estenderam uma faixa e entoaram gritos com a frase Se você odeia a família real, bata palmas!, enquanto as massas, aos montes, aplaudiam. Os gritos continuaram durante o “minuto de silêncio” convocado pelo Campeonato Escocês.
O rechaço popular à monarquia e ao imperialismo britânico ocorre em meio à uma campanha do imperialismo e dos monopólios de imprensa para exaltar a figura de Elizabeth II e deixar esquecido o legado de saques, exploração e opressão da decrépita família real, no qual prestou papel fundamental a recém falecida monarca. A prisão dos manifestantes anti-imperialistas pelas forças de repressão do Estado imperialista inglês deixa claro o papel da monarquia: um resquício da feudalidade e apêndice da burguesia para a legitimação da dominação de classe na Inglaterra e de todo o regime imperialista britânico.