Em preparação para a Conferência do G20 no Rio de Janeiro, manifestantes estenderam uma bandeira da Palestina de cinquenta metros nos Arcos da Lapa. A ação busca mobilizar a população para uma manifestação que ocorrerá no dia 18/11 a partir de 10h com concentração na Cinelândia, centro do Rio.
A bandeira da Palestina foi também carregada pelas ruas até a Escadaria Selarón, onde ficou estendida por alguns minutos chamando a atenção de turistas e moradores.
Todos os imperialistas em um só lugar
Nos dias 18 e 19 de novembro o Rio de Janeiro irá sediar a 19ª reunião de cúpula do G20, grupo formado pelas principais potências econômicas do mundo, incluindo países imperialistas e de capitalismo burocrático como o Brasil. Na reunião estarão presentes Joe Biden, Xi Jinping, Erdogan, Emmanuel Macron, Narendra Modi e vários outros chefes de estado.
Prevendo a explosão de insatisfação popular, o governo federal decretou uma GLO para todo o Rio de Janeiro entre os dias 18 e 19, colocando a cidade efetivamente em estado de sítio. Ruas serão fechadas, o acesso ao centro e ao Aterro do Flamengo será controlado, bem como o aeroporto Santos Dumont não terá operação. A operação terá um efetivo de mais de 7 mil soldados.
Apesar de ter afirmado em sua campanha que nunca declararia uma GLO, Luís Inácio mantém a mesma política repressiva contra o povo de seu antecessor Bolsonaro, uma vez que a operação visa claramente conter qualquer possibilidade de protestos massivos que poderiam perturbar os chefes imperialistas.
G20 é palco importante da luta anti-imperialista
O G20 tradicionalmente é palco de grandes manifestações de rua nas quais as pautas mais candentes do ponto de vista internacional se expressam. Do mesmo modo é praxe em todas elas que o país sede monte um aparato de repressão brutal contra seu próprio povo, como vimos nos casos recentes de cúpulas do G20 de Londres (2010), Toronto (2011) e Hamburgo (2017). Na cidade bavária milhares de manifestantes organizados combateram durante horas as forças de repressão do estado alemão, deixando centenas de policiais feridos e outras centenas de populares presos e desencadeando uma verdadeira caça às bruxas por toda a Europa.
Este ano o medo de Luís Inácio e dos demais organizadores da cúpula é que a questão palestina lance fogo nas ruas do Rio de Janeiro, afinal de contas é esperada a participação de Biden e Netanyahu no encontro. Medo que aparentemente é bem justificado, como demonstrou esta importante ação de propaganda realizada nos Arcos da Lapa.