Neste 21 de fevereiro de 2019 completam-se 75 anos de nascimento de um dos maiores dirigentes comunistas brasileiros. Alagoano de Maceió e nascido em 1944, Manoel Lisboa de Moura dedicou seus anos de juventude de forma cabal pela transformação radical de nossa sociedade, pela Revolução Brasileira, até ser assassinado pelo regime militar fascista aos 29 anos, em 1973.
Como forma de homenagear este dirigente comunista – que verteu generosamente seu sangue pela causa dos oprimidos – compartilhamos com nossos leitores e leitoras trechos de uma nota publicada pelo AND em 2014, quando dos 70 anos de seu nascimento.
“Desde muito jovem, ingressou nas fileiras do Partido Comunista do Brasil (PCB) e, quando contava apenas 18 anos de idade, participou do processo de Reconstrução do partido em 1962 que deu origem ao PCdoB.
A partir de 1966, ao lado de Amaro Luiz de Carvalho, o “Capivara” – que retornara da China, onde realizou cursos de formação político-militar e convencera-se de que o Nordeste era a principal região de atuação dos comunistas para a deflagração da revolução no Brasil – Manoel Lisboa e outros militantes comunistas rompem com o PCdoB e organizam, a partir do Nordeste do país, o Partido Comunista Revolucionário (PCR).
Manoel Lisboa combateu implacavelmente o revisionismo. Encarnando de forma mais profunda a ideologia do proletariado, o marxismo-leninismo-Pensamento Mao Tsetung (como era designado o maoísmo à sua época), colocou-se à frente da luta para que os comunistas brasileiros compreendessem que ‘o cerne da estratégia do proletariado e de seu partido é a guerra popular através da guerra de guerrilhas’, posição expressa na Carta de 12 pontos aos comunistas revolucionários, documento fundamental do Partido Comunista Revolucionário.
Defendendo e aplicando essa compreensão, o PCR, dirigido por Manoel Lisboa, Amaro Luiz de Carvalho, Emanuel Bezerra, Manoel Aleixo, entre outros valorosos quadros, encabeçou históricas lutas dos canavieiros e greves combativas, organizou um vigoroso e combativo movimento estudantil e empreendeu importantes ações armadas, como incêndio de monoculturas do latifúndio e expropriação de armas para a luta revolucionária.”
Em outro artigo publicado pelo AND em fevereiro de 2011 e intitulado Manoel Lisboa: Um Homem de Verdade, o professor Fausto Arruda apontava:
“À primeira vista, o que mais chama a atenção na biografia de Manoel Lisboa é sua precocidade. Lisboa foi assassinado na tortura, após ser preso no Parque Ian Flemming, no Recife, em 1973. Quando de sua prisão contava apenas 29 anos e, apesar de sua pouca idade, deixou um conjunto de escritos e exemplos que continuam a inspirar novas gerações de homens e mulheres que lutam por um Brasil livre da exploração e opressão.”
Militantes do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) em manifestação no Rio contra a intervenção militar, Dia do Estudante, 20/03/2018.