Marabá celebra com grande êxito o ‘Dia da Terra Palestina’

Evento reuniu estudants e professores para celebrar o Dia da Terra Palestina.

Marabá celebra com grande êxito o ‘Dia da Terra Palestina’

Evento reuniu estudants e professores para celebrar o Dia da Terra Palestina.

Foi realizado no dia 31 de março de 2025, um vitorioso evento “Em Defesa da Terra Palestina”, em alusão à celebração do “Dia da Terra Palestina” comemorado anualmente em 30 de março por todos os palestinos e seus defensores. O evento reuniu mais de 170 participantes, dentre estudantes, ativistas e intelectuais, que lotaram o auditório do Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Este foi o primeiro evento realizado em defesa da causa Palestina e de sua resistência em Marabá, primeiro de muitos outros que estão por vir, organizado pelo Grupo em Defesa da Palestina com apoio do Centro Acadêmico de Ciências Sociais Tuíra Kayapó, e que se somou às dezenas de outros que ocorreram no país e pelo mundo contra o genocídio, o apartheid e o nazisionismo de Israel e EUA.

Para a construção do evento, foi realizada uma ampla mobilização com reuniões e colagem de cartazes no Campus I e III da Unifesspa. Dentre as atividades que compunham o evento, foi inaugurada, no dia 27 de março, uma exposição de fotografias que abordou quatro temáticas: a resistência nacional palestina, o apoio internacional à causa palestina, a monstruosidade da ação de Israel e do EUA e a heroicidade do povo palestino, em especial das mulheres e das crianças. 

Na mesa participaram o Prof. Dr. Gihad Mohamad, palestino de origem e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a mestranda do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIST), Iná Rodrigues. O evento começou com a música “Viva a Palestina”, do grupo Terravante, seguida da entrega de bandeiras aos participantes, com a exibição de um vídeo produzido pelo grupo sobre o genocídio palestino e com declamações de citações marcantes de Leila Khaled e Mahmoud Darwish e do poema de Yasser Jamil Fayad, “Mulher Palestina”. Após essa intervenção, o Prof. Dr. Armando Tafner, das Ciências Sociais da Unifesspa, fez a abertura oficial saudando os presentes. Em sua fala, destacou a importância do conhecimento sobre a causa Palestina, a sua defesa e do processo de construção desse evento.

Além disso, denunciou a ação de destruição de parte da exposição fotográfica fixada nas paredes da universidade, como uma vã tentativa de intimidação e demonstração de aspirações ao sionismo nessa cidade. Essa ação ocorreu no dia 30 de março, durante a aplicação das provas para o concurso da Unifesspa. A exposição que estava no Campus I teve suas bandeiras retiradas e suas fotografias rasgadas. Os ativistas do Grupo em Defesa da Palestina e os estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais, ao saberem do ocorrido, mobilizaram-se para denunciar e reconstruir a exposição. Em nota, manifestaram:

“Esse fato, e tantos outros desse nível, não irão afetar ou impedir esse e outros projetos que vamos promover. Vamos colar as fotos rasgadas, vamos fixar novamente nossa exposição e, com mais vigor ainda, realizar um excelente e combativo evento, seguindo o exemplo do valoroso povo palestino, que sempre se reconstrói em meio aos escombros.”

Após a abertura, o Prof. Dr. Gihad Mohamad iniciou sua fala destacando que a ocupação da Palestina deve ser compreendida como parte de um processo histórico de colonização e dominação territorial, intensificado com a criação do Estado sionista de Israel em 1948, evento conhecido pelos palestinos como Nakba (catástrofe). Esse processo resultou na expulsão forçada de mais de 800 mil palestinos, na expropriação de suas terras, na destruição de vilarejos e na imposição de um regime jurídico e militar que sistematicamente nega os direitos civis, políticos e humanos da população palestina.

A mestranda do PPGHIST também reforçou o genocídio sistemático perpetrado pelo Estado sionista de Israel, como o “cão pestilento” do EUA, ressaltando o heroico papel da Resistência Nacional Palestina. Ela destacou a ação de 7 de outubro de 2023, denominada Dilúvio de Al-Aqsa, como um marco histórico que alterou significativamente o equilíbrio da combalida situação política internacional, colocando o problema da Palestina no centro do debate global. Estabeleceu, ainda, paralelos entre a realidade palestina e a brasileira, evidenciando semelhanças entre os crimes associados à ocupação da Palestina com as violações sofridas pelos povos indígenas, quilombolas e camponeses pobres no Brasil que, historicamente, são expulsos de suas terras e vivem em constante luta pelo direito à terra. Assim como, o cenário de violência e arbitrariedades que o Estado e seu aparato repressivo dispensam ao povo pobre das favelas das cidades.

Após os esclarecimentos e debates, todos os participantes e verdadeiros democratas foram convocados a apoiar e defender a justa luta pela autodeterminação do povo palestino, exigindo o cessar-fogo imediato, a libertação dos prisioneiros políticos e o rompimento das relações diplomáticas, econômicas e militares do Estado brasileiro com Israel. 

Os companheiros que compõem o Comitê de Apoio do Jornal AND da cidade, atuaram ativamente nos preparativos da atividade. Na culminância do evento, divulgaram o jornal e puderam saudar os organizadores e participantes, destacando a importância de atos como este.

O evento representou um marco importante no desenvolvimento das mobilizações populares em defesa da causa Palestina e sua Resistência Nacional na cidade de Marabá. O Grupo em Defesa da Palestina seguirá promovendo estudos e debates para aprofundar o tema, assim como para intervir na luta de classes nesse município e convidar os democratas honestos a se somarem nessa empreitada digna e justa.

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