Marreta lança manifesto contra Temer e milicada

Marreta lança manifesto contra Temer e milicada

O Marreta – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Belo Horizonte e Região – lançou o Manifesto: “Fora Temer & sua quadrilha! Abaixo a milicada golpista e lambe-botas do U.S.A.” expressando repudio ao “podre e desmoralizado governo Temer & quadrilha” e ao “berreiro da milicada golpista por intervenção militar”, que refere-se a pregação do general Hamilton Mourão. O manifesto também critica a posição do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, acerca da defesa de “segurança jurídica” para as tropas empregadas em invasões nas favelas e a jurisdição exclusiva do judiciário militar nos casos de cometimento de crimes.  A “milicada golpista e torturadora” é denunciada como guardiã da corrupção das classes dominantes; guardiã da exploração, injustiças e opressão e também serviçal guardiã do assalto às riquezas da nação e da espoliação do Brasil pelos Estados Unidos e seus comparsas.

A resistência contra o arrocho salarial durante o regime militar é destacada pelo Sindicato, especialmente a grande greve dos operários da construção de BH, em 1979, onde se forjou o Marreta e quando o operário Orocílio Martins Gonçalves, herói da classe, foi assassinado pelas forças de repressão. “Os operários da construção não esquecem os crimes de torturas, assassinatos e ‘desaparecimentos’ perpetrados pelo regime militar e nem a repressão a justa luta dos camponeses pela terra, as intervenções em sindicatos, o assassinato de operários da CSN em Volta Redonda, entre outros crimes”, ressalta o Marreta.

Com conhecimento de causa, denunciam as grandes empreiteiras – Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo Correia, Mendes Junior, entre outras – que foram “cevadas” durante o regime militar, gozando de relações privilegiadas para execução de obras faraônicas – como Transamazônica, Itaipu, Tucuruí, Angra, Ferrovia do Aço e Ponte Rio-Niterói – e consolidando no período o pagamento de propinas. Aponta também que “da cloaca do regime militar saiu a corja de políticos próceres da corrupção como Paulo Maluf, ACM, Delfim Neto, Abi-Ackel, Eliezer Batista, Simonsen, Andreazza, Sarney, Bob Fields etc. Saiu também da cloaca do regime, especialmente das tramas do general Golbery, a estratégia de transição gradual, reformulação partidária, projeção e impulsionamento da carreira do pelego-mor Lula.

Questionando as articulações da milicada golpista e lambe-botas do Estados Unidos, diz o manifesto: “que ‘reserva moral’ possuem esses degenerados que são a medula do genocida e corrupto Estado burguês – latifundiário, serviçal do imperialismo?”. E ao final do documento, o Marreta conclama “ ao justo protesto popular e a luta pelos direitos trabalhistas, direitos previdenciários, empregos decentes, o direito à terra, o direito à moradia, à saúde e educação, bem como o direito de organização e manifestação. Conclamamos a organização e deflagração da Greve Geral por tempo indeterminado por nossos direitos e contra esse sistema de superexploração e opressão.

Apoio popular a panfletagem do Manifesto e provocação de “galinhas verdes”

Na tarde da sexta-feira 06/10, as pessoas que passavam pela Praça Sete, área central de Belo Horizonte, demonstraram grande receptividade ao manifesto distribuído pelos operários ativistas do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de BH e ativistas de outros sindicatos, como o Sindados, Sintect-MG e Sind – Saúde e movimentos populares. Na combativa manifestação foram desfraldadas as bandeiras vermelhas do Marreta, Liga Operária, LPS, MFP, LCP, UV-LJR e um grande painel com os dizeres: “Fora Temer & quadrilha! Abaixo a milicada golpista e lambe-botas do U.S.A. Contra a retirada de direitos, miséria e superexploração: Greve Geral por tempo indeterminado!”.

Os manifestantes afixaram nos gradis da praça e no carro de som, grandes cartazes com fotos mostrando as péssimas condições de trabalho nas obras, os casos de flagrantes de trabalho escravo e os cativeiros estourados pelo Marreta, bem como um painel da Liga Operária, denunciando a impunidade do crime cometido pela Samarco-Vale/BHP Bilinton em Mariana e a cumplicidade dos então gerentes de plantão, Dilma Rousseff, Fernando Pimentel, Aécio Neves e o judiciário podre. Um painel da LCP denunciava os crimes cometidos pelo velho Estado, suas hostes policiais e o latifúndio no campo, com fotos de dirigentes camponeses, indígenas e quilombolas assassinadas. A manifestação mostrou a unidade de setores combativos do movimento popular; dirigentes do Sindicato dos trabalhadores da construção denunciaram também o sumiço do Amarildo, vítima de torturas e assassinato cometido por policiais militares, à matança de pobres no campo e nas cidades e a situação de opressão e miséria que vivem os trabalhadores, moradores nas favelas e nas obras. Dirigentes da LPS – Luta pelo Socialismo e do Sintect-MG (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos de Minas Gerais)  defenderam a continuidade dessas manifestações e relataram a vitória política da recente greve dos trabalhadores dos Correios.

Durante a manifestação, membros do Comitê de apoio ao AND, realizaram uma brigada de venda da edição 197. Muitos operários pegaram o manifesto e vários pediam uma quantidade maior para distribuir nos bairros e nos locais de trabalho. Isso incomodou um pequeno grupelho de galinhas verdes (apoiadores do fascista Bolsonaro), que tentaram tumultuar a manifestação. Sem argumentos para defender suas posições fascistas, eles passaram a chamar os operários de “vagabundos” e diante da agressão verbal foram repelidos pelos operários, que apoiados pelos transeuntes, botaram pra correr os galinhas verdes.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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