Marrocos: Camponeses se revoltam contra negligência após 2,6 mil mortes em terremoto

No último dia 8 de setembro, 2,6 mil pessoas morreram em um terremoto de alta magnitude no Marrocos, norte da África.
Mais de 2,6 mil pessoas morreram em terremoto. Foto: Mosaab Elshamy/AP/Estadão Conteúdo

Marrocos: Camponeses se revoltam contra negligência após 2,6 mil mortes em terremoto

No último dia 8 de setembro, 2,6 mil pessoas morreram em um terremoto de alta magnitude no Marrocos, norte da África.

No último dia 8 de setembro, 2,6 mil pessoas morreram em um terremoto de alta magnitude no Marrocos, norte da África. Outras 2,5 mil pessoas ficaram feridas e diversas edificações em importantes cidades do país foram destruídas. O terremoto foi o mais destrutivo no país nos últimos 120 anos. Os abalos afetaram principalmente as populações camponesas do interior do país, que se revoltaram em protestos e manifestações contra o descaso do velho Estado marroquino.

De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa Científica e Técnica do Marrocos (CNRST), o epicentro dos abalos se deu em uma região próxima à cidade histórica de Marrakech, e o terremoto atingiu a magnitude de 7,2 na escala Richter. Diversas aldeias localizadas na subcordilheira do Alto Atlas foram impactadas.

As províncias mais afetadas foram Al Haouz, Ouarzazate, Marrakech, Azilal, Chichaoua e Taroudant. Em todas essas cidades houveram centenas de mortes e cerca de 672 ficaram feridas. Há relatos de famílias presas sob os escombros da antiga Medina.

Camponeses se revoltam contra desamparo do velho Estado

Camponeses protestam contra negligência. Foto: Hugo Matias e Herberto Figueiredo/CNN Portugal

Massas camponesas de diversas cidades das aldeias de Alto Atlas se levantam em protestos contra o descaso. Os protestos denunciam que essa região tem sido a mais negligenciada pelas operações de resgate do velho Estado marroquino, que se apoia nas supostas dificuldades de acesso às aldeias remotas para negar apoio às massas.

Na cidade de Asni, centenas de moradores das aldeias da região protestaram contra a negligência do velho Estado no resgate às famílias atingidas. As massas desabrigadas denunciam que estão sob péssimas condições, dormindo em tendas e sofrendo de falta de segurança. 

O cenário aponta para a responsabilidade do velho Estado marroquino sobre as milhares de mortes registradas no país, em constante crescimento. Apesar da magnitude do terremoto, a miséria camponesa e a falta de estrutura para contenção dos efeitos e para as operações de resgate se destacam como fatores centrais e determinantes no nível que a catástrofe atingiu. 

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