As massas populares da Argentina estão realizando nesta quinta-feira (10/04) a terceira greve geral contra as perseguições aos direitos democráticos promovidas pelo governo ultrarreacionário de Javier Milei. A paralisação de 24 horas é a segunda etapa da jornada de lutas nesta semana, que teve início com as massivas manifestações que ontem (09/04) rechaçaram a submissão do atual governo às exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A paralisação de 24 horas, iniciada nesta quinta-feira, teve início a partir da meia noite. Ao amanhecer, escolas públicas, bancos, pontos de comércio, portos, transportes públicos e outros setores se encontravam fechados.
Temendo a greve unificada, o governo de turno instalou em vias e transportes públicos um recado no qual classificou o movimento como um “ataque à República”, indicando um número pelo o qual poderiam denunciar “qualquer tentativa de coação para aderir à greve”.
A greve geral é a terceira convocada em conjunto pelas três maiores centrais sindicais do país. Hugo Godoy, secretário-geral da Central de Trabalhadores Argentinos Autônoma (CTA-A), afirmou que o objetivo da manifestação é “por freio a essa política governamental que leva a riqueza gerada pelos trabalhadores e trabalhadoras, com golpes gerados pelo próprio presidente Milei”. Para Godoy, o governo Milei é uma repetição do governo de Maurício Macri, marcado pela violação dos direitos democráticos e a espoliação da Nação às custas do FMI.
A greve deu continuidade a uma potente marcha que reuniu aposentados, estudantes e membros de torcidas organizadas em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires, para protestar contra o assalto promovido por Milei aos fundos previdenciários. Esses protestos estão acontecendo semanalmente desde que, no dia 12 de março, o mandatário de turno mandou a polícia reprimir violentamente os idosos, ação que foi prontamente rechaçada pela juventude.
Nas primeiras semanas do atual governo, o presidente argentino vetou o reajuste acima da inflação dos salários dos aposentados. Como resultado, os idosos argentinos assistiram, durante o primeiro semestre do governo Milei, o índice de pobreza acima de 65 anos praticamente dobrar, passando de 17,6% para 29,7%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censo da Argentina (Indec, em inglês). Atualmente, dois terços dos idosos argentinos recebem o valor mínimo de aposentadoria, que cobre um pouco mais da cesta básica, que determina a linha da pobreza”.
Durante o atual governo de turno, as massas populares argentinas seguiram assistindo seus principais recursos para subsistência como água, eletricidade e gás, subirem para além da inflação. Os filhos do povo, em especial os menores de 14 anos, porém, são os que mais têm sofrido com as políticas anti-povo. Segundo o Idec, 66,1% das crianças argentinas, aproximadamente 7 a cada 10, não conseguem satisfazer suas necessidades básicas.
Enquanto o monopólio de imprensa brasilero justifica as medidas draconianas de Milei dando coro a seus argumento que a previdência é “insustentável” e “representam a maior despesa do país”, as massas argentinas de todas as idades desafiam o programa econômico reacionário reacionária e a repressão policial.
Denominado pelo monopólio G1 como “governo libertário”, o governo pró FMI de Milei chegou a proibir o fechamento de vias públicas, reação que os democratas, progressistas e massas populares brasileiras enfrentam diariamente, chegando a impor no início de seu mandato um “protocolo anti-piquete”, uma vez que os protestos em vias públicas são encarados como “pesadelos”.