146 anos depois: Viva a Comuna!

146 anos depois: Viva a Comuna!

Honram a memória dos combatentes da Comuna não só os operários franceses, senão também o proletariado de todo o mundo, pois ela não lutou apenas por um objetivo local ou nacional estreito, mas pela emancipação de toda a humanidade trabalhadora, de todos os humilhados e ofendidos. Como combatente de vanguarda da revolução social, a Comuna granjeou a simpatia onde quer que sofra e lute o proletariado […] A causa da Comuna é a causa da revolução social, é a causa da completa emancipação política e econômica dos trabalhadores, é a causa do proletariado mundial. E neste sentido é imortal (V.I. Lenin, Em memória da Comuna).

No dia 18 de março, o proletariado internacional e seus partidos e organizações revolucionárias celebraram os 146 anos de um acontecimento histórico da maior importância, a Comuna de Paris, na França, uma insurreição popular que deu origem a primeira república operária da história, em 1871. Pela primeira vez na história, os trabalhadores ousavam assaltar os céus e tomar o poder das classes exploradoras! Dez dias depois, o novo governo revolucionário declarava a independência da Comuna em relação ao velho poder burguês sediado em Versalhes. Durante dois meses, até 28 de maio, os operários armados controlaram Paris.

Ao assumirem o Poder, os comunardos baixaram decretos com tais medidas: fim dos aparatos de coerção dos trabalhadores como polícia, governo civil, câmaras, comissariados, esquadras, tribunais etc.; todas as grandes empresas privadas (fábricas etc.) são expropriadas e entregues aos operários; gratuidade dos elementos básicos para a vida dos trabalhadores; gestão popular dos meios de produção; direito à moradia com expropriação geral de propriedades privadas e sua colocação aos operários; transportes públicos gratuitos; todos os serviços ficam sob controle de juntas de bairros e são geridas em condições paritárias pelos moradores; proibição de todas as ações de destruição da cidade e criação de serviços populares encarregados de embelezar Paris; anistia geral e a abolição da pena de morte; trabalhadores com mais de 55 anos que desejem aposentar-se têm direito a receber integralmente os seus meios de existência; novo tipo de educação para as crianças; todos os bens de consumo, cuja produção em massa possa ser realizada imediatamente, são distribuídos de forma gratuita; entre outras.

Os trabalhadores parisienses protagonizaram uma gloriosa luta e, de armas nas mãos, defenderam o Poder Proletário enfrentando uma repressão feroz, brutal e sanguinária. Com o apoio de tropas prussianas, os soldados de Versalhes cercaram Paris e a bombardearam impiedosamente. Cerca de 20.000 pessoas foram fuziladas, 38.000 presas e 13.000 deportadas. O fim da Comuna em maio de 1871, longe de significar uma derrota definitiva para a classe operária, foi uma derrota temporária e se transformou num inestimável aporte para o movimento revolucionário, pois foi exatamente dela que Lenin tirou lições valiosas para o avanço da luta pela tomada do Poder pelo proletariado levando a cabo a Grande Revolução Socialista de Outubro de 1917 na Rússia, que este ano completa seu centenário. Valiosa experiência para todos aqueles que, nos dias atuais, se dedicam à tarefa de livrar a Humanidade da odiosa exploração do homem pelo homem, o imperialismo, a reação e o fascismo!

O documento Guerra Popular e Revolução publicado na edição nº 1 da Revista O Maoísta, disponível no blog serviraopovo.wordpress.com, referindo-se ao balanço de Marx sobre a experiência da Comuna, afirmou: “A primeira tentativa do proletariado de assaltar os céus, a Comuna de Paris de 1871, apesar de todo seu heroísmo, fracassou depois de 70 dias e Marx viu seus ensinamentos e significado histórico. Mostrou que era na ausência do partido revolucionário único do proletariado e de sua direção absoluta, assim como que na falta de compreensão da necessária ditadura revolucionária em todos os terrenos sobre a burguesia e demais classes exploradoras derrubadas do poder, que se encontravam as causas principais de sua derrota. Viu ainda outros ensinamentos daquela experiência, como a da nova forma estatal que vislumbrara diferente e oposta à das classes exploradoras ao longo da história. Também que o banho de sangue levado a cabo pela reação unida para derrotar a Comuna fizera o proletariado, que até então principalmente só havia conhecido a burguesia como força revolucionária, visse-a como tal na contrarrevolução”. E segue, mostrando a atualidade das lições dessa importantíssima experiência que precedeu a primeira Grande Onda da Revolução Proletária Mundial: “Em toda a experiência histórica das lutas do proletariado e das massas populares, da revolução proletária, para o triunfo ou derrota, o fator decisivo tem sido o Partido Comunista e o fato de que nele prevaleça uma linha ideológico-política correta ou errônea”, conclui.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: