1º de outubro: 62 anos da revolução chinesa

1º de outubro: 62 anos da revolução chinesa

Assim o escritor chileno Róbinson Rojas escreveu no “Prólogo para ocidentais” de sua obra A Guarda Vermelha conquista a China, de 1968:

Venho de um país onde as crianças aprendem que o trabalho é um prêmio e que o ócio é um castigo para as más ações.
Venho de um país onde os heróis dos jovens são seres comuns: um soldado, um chefe de distrito, um perfurador de poços de petróleo, cujo heroísmo consiste em dar a vida pelo bem da coletividade.
Venho de onde a palavra “senhor” é um insulto.
Venho de um país onde não existe a palavra “patrão”.
Venho de um país que não tem Deus, entretanto, a primeira coisa que aprendem as crianças é a não mentir, porque isso prejudica os outros.
Um país que já era culto vinte séculos antes de nossa era. Que desde 1840 até 1949 foi cem vezes invadido por uma dezena de potências rapaces da Europa, da América e da Ásia. Um país cuja realidade tem sido deformada por milhões de toneladas de papel escritas com mentiras, calúnias, distorções, infâmias e injúrias.
Um país que se chama República Popular da China, e no qual vivi mais de um ano no período de 1965 a 1966.
Uma nação que, desde 1966 tem assombrado o mundo com um movimento que se chama “Revolução Cultural Proletária”.
Uma terra em que se crê que haja pequenos bandidos chamados “guardas vermelhos”. Uma terra onde efetivamente há jovens chamados “guardas vermelhos”. Jovens que são exemplo para minhas quatro filhas. Jovens que são exatamente como eu quero que minhas quatro filhas sejam quando forem adolescentes.

As impressões de Róbinson Rojas traduzem uma pequena parte do que significou a gigantesca e heroica epopeia da Revolução Chinesa, mais alto cume atingido pela revolução proletária mundial.

Esse rico processo foi encerrado em 1976, após a morte de Mao Tsetung, quando dirigentes revisionistas do Partido Comunista traem a revolução e desencadeiam uma onda negra de perseguições aos defensores do pensamento Mao Tsetung (como era denominado o maoísmo à época) e dão início à restauração do capitalismo na China.


A China hoje

Estado reacionário reprime celebração da memória de Mao Tsetung

No dia 9 de setembro de 2011, um grupo de maoístas prestava honras à memória de Mao Tsetung pelos 35 anos de seu falecimento, na cidade de Taiyuan, capital da província de Shanxi, na China, quando foram violentamente reprimidos pelas forças policiais.

O ato em memória de Mao Tsetung contava com a presença de várias dezenas de pessoas que agitavam consignas revolucionárias e faziam pronunciamentos exaltando o papel do dirigente revolucionário. Tudo transcorria pacificamente até o momento em que a polícia tentou prender uma das lideranças do ato. Os manifestantes presentes o protegeram e prosseguiram agitando a consigna “Viva o presidente Mao!”.

Nove pessoas foram presas e a liderança que organizava o ato conseguiu escapar. A maior parte dos manifestantes compõe uma nova geração de maoístas que acusam o Partido Comunista de ter traído suas raízes revolucionárias e o seu líder Mao Tsetung.

Há inúmeros relatos recentes de protestos e manifestações massivas na China e da brutal repressão desencadeada pelo Estado e seu governo capitalista contra as massas. Também há relatos de que os maoístas têm atraído crescente apoio entre as massas empobrecidas do campo e da cidade, particularmente em meio à classe operária no país.

Revoltas camponesas

Centenas de camponeses de duas aldeias da província de Guangdong, no sul da China, realizaram quatro dias consecutivos de protestos contra a grilagem de terras na região.

Pelo mesmo motivo ocorreram violentos confrontos entre camponeses e forças de repressão em Lufeng, uma cidade de 1,7 milhões de habitantes. A população revoltada destruiu um escritório do governo e um posto policial em resposta.

Em Longguang, também no sul do país, dezenas de camponeses puseram abaixo um muro de concreto construído pelos grileiros de terras. A derrubada do muro foi comemorada pela população local.

“Quando nós derrubamos o muro foi um momento muito feliz”, disse Li Muxia, um camponês de Longguang, ao lado de quase um quilômetro de escombros que restaram do muro.

Protestos como esses vêm se repetindo nos últimos anos em todo o país e, segundo matéria veiculada em revolutionaryfrontlines.wordpress.com, as notícias sobre esses acontecimentos sofrem forte censura do governo que teme que os protestos se proliferem.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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