Quando vi o anúncio do espetáculo teatral Nise da Silveira, Senhora das imagens, aguardei com expectativa o momento de assisti-lo. Conhecia muito pouco da história dessa mulher forte e de coragem.
Ao assistir o espetáculo, não só confirmei como reforcei minhas expectativas. Conhecer a vida, o trabalho e a luta dessa alagoana nascida em 15 de fevereiro de 1905, na brilhante interpretação de Mariana Terra, é uma oportunidade única.
Nise da Silveira foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no país, tornando-se uma renomada médica psiquiatra.
Ela desafiou a subestimação do papel da mulher na sociedade e os velhos manuais da psiquiatria, desenvolvendo um método revolucionário para o tratamento dos pacientes portadores de esquizofrenia.
Compartilhou das agruras e da luta de nosso povo, nos anos de 1930 conheceu o terror do Estado Novo de Getúlio Vargas e a luta dos comunistas e democratas pela liberdade. Presa por solidarizar-se com a luta do povo, resistiu, manteve-se altiva e ativa.
Em liberdade, já nos anos de 1940, retoma suas atividades profissionais e se dedica à terapia ocupacional. Considerava seus pacientes seus maiores mestres e os tratava através da arte.
Cada cena, cada fala, cada imagem faz renascer Nise da Silveira, que se apresenta com drama, sarcasmo, emoção.
Recomendamos aos leitores de A Nova Democracia que assistam ao espetáculo Nise da Silveira, Senhora das imagens. A coreografia é de Ana Botafogo, a direção de Daniel Lobo e uma equipe afinadíssima que brindam o público com uma história marcante.
Nise da Silveira, Senhora das imagens estará em cartaz nos meses de setembro e outubro no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro.