Dois deputados da oposição boliviana afirmaram, na última quarta-feira, que o presidente Luiz Inácio da Silva (PT-SP) “é o único que pode salvar o país, a única pessoa capaz de negociar o fim da crise na Bolívia”.
Como é fácil a ilusão!
Desde que assumiu, Lula nada resolveu. E faz tudo ao contrário do prometido na campanha eleitoral. O que o salva, até o momento, é a soberba máquina publicitária (aliada a emissoras de televisão, jornais e rádios dependurados em fartas verbas), dirigida por Duda Mendonça, intitulado “ministro da Propaganda”, identificação que faz recordar os mesmos moldes da Alemanha nazista.
O índice de criminalidade aumenta, ao tempo em que a imprensa diz fazer pouco tempo que Lula assumiu, é preciso esperar mais etc. A única providência que se pretende tomar, com as “autoridades” desejosas de apressar o ritmo (em especial depois do desmonte boliviano), é o desarmamento da população. O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), vem se esforçando ao máximo para excluir a realização de referendo nacional do Estatuto do Desarmamento.
E por que tal interesse? Porque os “governantes” têm medo de uma revolta popular. Pode ser que a população se desespere e vá às ruas, como na Bolívia, exigindo auditoria na “venda” das nossas estatais. Venda essa que nada mais foi do que doação vergonhosa do patrimônio nacional, favorecendo grupos estrangeiros e engordando contas bancárias dos que engoliram propinas por essa traição. Igual a Bolívia, igualzinho. Puro roubo.
E armar quem?
João Paulo Cunha é aquele deputado que fazia passeatas vigorosas, em 2002, exigindo CPIs. O que confessou, em recente entrevista, ter mentido “para se eleger”. Admitiu ter enganado abertamente, somente para chegar aonde chegou. E agora? Continua a mentir ou está falando a verdade? Ele disse que “o referendo não é a peça mais importante da lei. O mais importante é fazer com que a nova legislação possa desarmar a população”.
Ora, proibir as pessoas de possuírem uma arma para a própria defesa não irá resolver a questão da violência. Os marginais não compram armas em lojas credenciadas. As armas em poder dos bandidos são metralhadoras, granadas e artefatos pesados. A maioria desse armamento é muito mais sofisticada do que o das Forças Armadas, que FHC desarmou e humilhou, atendendo à determinação ianque e do FMI.
Desarmar a população corresponde, na mesma proporção, ao ato de desguarnecer o país. Aqui, as Forças Armadas se encontram desequipadas, sem recursos financeiros até mesmo para alimentar suas tropas. Dessa maneira, fica mais fácil ocupar o solo nacional (o estrangeiro, não o nativo) retirando suas riquezas. O que eles não levam, as “autoridades” entregam. Como fez FHC.
A frustração vai mostrar, como no caso de FHC, que tudo é propaganda e conivência dos meios de comunicação. Que recebem milhões e milhões de dólares em verbas publicitárias para promover louvação infindável.
A charada Lula foi resumida numa frase curta no humor genial de Millôr Fernandes. Porque Lula deve mesmo acreditar no que lê na grande imprensa, perdido no tempo e no espaço. Deve se achar um gênio. Ignorante, mas gênio.
E o que disse Millôr?
“A ignorância subiu-lhe à cabeça”.