A titânica obra de Abimael Guzmán, o Presidente Gonzalo, é assentada em uma vasta, rigorosa e sólida base filosófica, ideológica e política, sobejamente comprovada pela ação transformadora na luta de classes que ele pessoalmente dirigiu e que segue contra o vento e a maré da ofensiva contrarrevolucionária, apesar das vicissitudes e reveses no caminho. Intelectual proletário, filósofo, homem de partido, destacado dirigente comunista e grande estrategista político e militar, de vivo e profundo conhecimento da história da Humanidade, especialmente da sociedade burguesa na etapa do imperialismo e da sociedade peruana contemporânea – na qual viveu – o Presidente Gonzalo é grande continuador de Marx, Lenin e Presidente Mao Tsetung, o maior marxista-leninista-maoista da atualidade.
Após doze anos de incontível crescimento da Guerra Popular – iniciada a 17 de maio de 1980 – sob sua magistral direção, reconhecida Chefatura do Partido Comunista do Peru (PCP) e da Revolução Peruana, o Presidente Gonzalo foi capturado pela reação junto com a maioria do Comitê Central (CC) do partido e condenado à prisão perpétua por tribunais de exceção e juízes “sem rosto”. Combateu e resistiu inquebrantável e heroicamente desde o primeiro dia nos 29 anos de isolamento total, numa solitária a muitos metros abaixo da terra, a toda sorte de maus tratos e torturas, maquinações, patranhas e as mais terríveis provações, mantendo-se intacto em sua convicção comunista. Aos 12 dias de sua captura, quando a reação pretendeu humilhá-lo apresentando-o à imprensa nacional e estrangeira dentro de uma jaula, ele proferiu um contundente discurso dirigido ao PCP, aos combatentes do Exército Popular, ao povo peruano, ao proletariado internacional e ao Movimento Comunista Internacional (MCI) que ressoou e segue ressoando como resplandecente e vitorioso farol da resistência e combate ao imperialismo e toda a reação mundial. O Presidente Gonzalo transformou a cela solitária da Base Naval de Callao (base da Marinha de Guerra em Lima) na mais alta Trincheira Luminosa de Combate até o seu último suspiro com o torpe assassinato na manhã de 11 de setembro último. O Presidente Gonzalo derrotou toda a reação, o velho Estado genocida peruano e seus sucessivos governos de turno, o imperialismo e a Linha Oportunista de Direita (LOD) revisionista e capitulacionista, nos seus fracassados intentos de aplastar a Guerra Popular, que segue invencível combatendo contra o vento e a maré, legando para o proletariado internacional e os povos oprimidos do mundo imperecíveis aportes de validez universal que enriquecem o tesouro do marxismo-leninismo-maoismo.
Ainda relativamente jovem, o Presidente Gonzalo desenvolveu duas teses na academia, de rigoroso labor teórico, demonstrando profundo domínio acerca da obra de Kant e sua teoria do espaço; e também um vasto estudo sobre o Estado, retomando todo o seu desenvolvimento até o surgimento do Estado democrático-burguês.
Mas foi longe da universidade que o maior homem do nosso tempo atual aportou à Humanidade o arsenal teórico para a transformação da realidade objetiva e para entrar todo o orbe no luminoso Comunismo: o fez na prática intensa de 17 anos, nos quais criou e dirigiu a Fração Vermelha que reconstituiu o PCP, e nos 12 anos, dirigindo a grande Guerra Popular, até sua captura pela reação, em 12 de setembro de 1992; assim como nos 29 anos de total isolamento solitário de resistência inquebrantável.
Definiu o maoismo
O mais importante aporte do Presidente Gonzalo foi ter definido o maoismo como terceira, nova e superior etapa de desenvolvimento do marxismo, aporte de validez universal. Até então, no MCI, os aportes do Presidente Mao ao marxismo-leninismo eram difusamente apreendidos e lhes faltavam uma síntese que, nas palavras do próprio Abimael Guzmán, só pôde ser realizada em meio à Guerra Popular como aplicação criadora das verdades universais do marxismo-leninismo-maoismo, principalmente maoismo à realidade concreta do Peru, integrando-as à prática da revolução neste país, lançando a Campanha pelo Maoismo, sobre o que afirmou: “A luta pelo maoismo será longa”.
Assim está posto, no documento Sobre o marxismo-leninismo-maoismo, a definição e síntese do Presidente Gonzalo: “O que é o fundamental do maoismo? O fundamental do maoismo é o Poder. O Poder para o proletariado, o Poder para a ditadura do proletariado, o Poder baseado numa força armada dirigida pelo Partido Comunista. Mais explicitamente: 1) O Poder sob a direção do proletariado, na revolução democrática; 2) o Poder para a ditadura do proletariado, nas revoluções socialista e culturais; 3) o Poder baseado numa força armada dirigida pelo Partido Comunista, conquistado e defendido mediante a guerra popular. E o que é o maoismo? O maoismo é a elevação do marxismo-leninismo a uma terceira, nova e superior etapa na luta pela direção proletária da revolução democrática, o desenvolvimento da construção do socialismo e a continuação da revolução sob a ditadura do proletariado, como revolução cultural proletária; quando o imperialismo aprofunda sua decomposição e a revolução deveniu-se na tendência principal da história, em meio das mais complexas e grandes guerras vistas até hoje e da luta implacável contra o revisionismo contemporâneo”.
Trata-se, ainda, de um salto na compreensão da ideologia do proletariado internacional, cuja expressão aparente é a substituição do emprego do termo “pensamento mao tsetung” por “maoismo”. Longe de ser pura semântica ou “simetria”, como querem falsos maoistas, “o ‘ismo’ tem um claro significado; ‘pensamento’ não é senão conjunto de ideias, nada mais o é, enquanto que ‘ismo’ é uma doutrina que interpreta cabalmente toda a matéria em suas diversas maneiras de se expressar, que são as três já citadas: a natureza, a sociedade, o conhecimento. Que diferença há entre pensamento mao tsetung e maoismo? Se se sustentam as mesmas verdades ou se as defendem, para que brigar por essa terminologia? É que não é simples problema de terminologia, em jogo está se tem validez universal ou não, e se é ‘ismo’, pois a tem e se não é ‘ismo’ não a tem. Aí está o problema, então não é problema de terminologia, não é certo? Pois se as coisas são idênticas, então porque não dizemos ‘a ideologia internacional do proletariado: pensamento marx-pensamento lenin-pensamento maotsetung’, porque não dizemos assim se é idêntico? Seria lógico. Então, para que usar marxismo-leninismo pensamento mao tsetung? Se é o mesmo, ponhamos pensamento marx-pensamento lenin-pensamento mao tsetung. Seria correto? Profundamente absurdo, seria negar seu caráter universal. O que é que se pretende? Negar a universalidade do desenvolvimento do Presidente Mao Tsetung, isso sim.” (exposição e defesa oral em uma sessão do I Congresso do PCP, 1988, do documento Sobre o marxismo-leninismo-maoismo).
Assim, o Presidente Gonzalo estabelece que a alma do maoismo é a guerra popular, sendo essa inseparável daquele, portanto de validez universal, como sendo uma guerra de massas sob direção do Partido Comunista para conquistar e defender o Novo Poder, isto é, em suas mesmas palavras: Guerra Popular até o Comunismo!
“Teoria militar do proletariado internacional’. Claro, isso está claro, inclusive está reconhecido por estrategistas reacionários; eles dizem: é com Mao que os comunistas chegam – não dizem proletariado internacional –, os comunistas chegam a ter uma teoria militar completa. Lenin não chegou a isso; camarada Stalin tem aportes muito importantes sobre o problema da guerra que não podemos ignorar, porém não chega a teoria militar completa. Como se concretiza em duas palavras a teoria militar do proletariado? Guerra popular, creio que é assim. Guerra popular é a terminologia utilizada por Marx e Engels, sim, eles a utilizaram; Lenin insistiu mais em problemas das massas, óbvio que é parte da guerra popular, porém é o Presidente Mao quem desenvolveu a teoria [militar] do proletariado. Toda classe na história gera sua forma de fazer a guerra; a burguesia a gerou e sem gerá-la não poderia triunfar; Napoleão, nisso, fez bastante. A guerra popular, teoria do proletariado, militar, implica vigência universal; este é o ponto em discussão. A guerra popular é universal e há que entendê-la bem, pois, o que quer dizer? Se aplica em toda circunstância em que dirige o proletariado tendo em conta o caráter da revolução: se é democrática, se é socialista ou se é revolução cultural, se aplica; e tendo em conta as condições específicas de cada país”.
Capitalismo Burocrático
O Presidente Gonzalo, retomando o desenvolvido pelo grande Lenin, Stalin e pelo Presidente Mao, sobre o desenvolvimento do capitalismo nos países dominados pelo imperialismo onde permanecem subsistentes bases pré-capitalistas feudais e semifeudais, legou ao proletariado internacional o conceito chave de capitalismo burocrático e semifeudalidade.
Assim estabelece o Presidente Gonzalo: “Capitalismo burocrático é o capitalismo que o imperialismo impulsiona num país atrasado; o tipo de capitalismo, a forma especial de capitalismo, que impõe um país imperialista a um país atrasado, seja semifeudal, semicolonial. Analisemos este processo histórico. As burguesias que se desenvolvem na América Latina vão se ligando cada vez mais ao país dominante, de tal forma que estas débeis burguesias em vez de desenvolver-se independentemente, como o fizeram as europeias, e a serviço dos interesses nacionais, vão se desenvolvendo como burguesias submetidas, dependentes, entregues de corpo e alma às potências imperialistas (Inglaterra ou Estados Unidos, USA) na medida em que crescem até se converterem em poderosas e desenvolvidas burguesias intermediárias, como mostra a história deste século. O capitalismo burocrático desenvolve três linhas em seu processo: uma linha latifundiária no campo, uma burocrática na indústria e uma terceira, também burocrática, no ideológico. Sem pretender que estas sejam as únicas. Introduz a linha latifundiária no campo mediante leis agrárias expropriatórias que não apontam para destruir a classe latifundiária feudal e sua propriedade, senão evolucioná-la progressivamente mediante a compra e pagamento da terra pelos camponeses. A linha burocrática na indústria aponta a controlar e a centralizar a produção industrial, o comércio, etc., pondo-os cada vez mais em mãos monopolistas a fim de propiciar uma acumulação mais rápida e sistemática do capital, em detrimento da classe operária e demais trabalhadores, naturalmente, e em benefício dos maiores monopólios e do imperialismo em consequência; neste processo tem grande importância o arrocho a que se submete os trabalhadores. Como se vê na lei industrial a linha burocrática no ideológico consiste no processo para moldar todo o povo, mediante meios massivos de difusão, especialmente, na concepção e ideias políticas, particularmente, que servem ao capitalismo burocrático; a lei geral de educação é a expressão concentrada desta linha, e uma das constantes dessa linha é o seu anticomunismo, seu antimarxismo, aberto ou encoberto”.
Expondo mais profundamente, com destacada ênfase para a pugna entre as duas frações da grande burguesia – a compradora e a burocrática –, ele afirma: “Bem, o capitalismo burocrático é uma questão que não se entende. O Presidente Mao em Governo de Coalizão, do publicado, nos vai dizer que na China há um capital burocrático dos grandes banqueiros, grandes comerciantes, grandes latifundiários, que oprimem operários, camponeses, pequena burguesia e restringe a burguesia nacional; muito importante é a definição que diz: restringe a burguesia nacional, assim nos planteia. É um capital monopolista, um grande capital concentrado em forma de monopólio; com que isto tem a ver? Com sua relação com o imperialismo, obviamente. O Presidente [Mao], no IV tomo, pág. 170 e nas seguintes, onde encontra-se a tese do “capital burocrático”, ali nos vai dizer que em 20 anos – está falando em 1947 – esse capital burocrático monopolista se ligou com o Estado e assim deveniu-se em um capital burocrático monopolista estatal. Olho atento! Sumamente importante! 47 menos 20, [igual a] 27; o que se passou em 27? Golpe de Chiang Kaishek, ou não? Assim nos disse, isso nos disse em Governo de Coalizão, portanto, para o Presidente [Mao] havia um capital burocrático que se desenvolveu na China e que nos vinte anos, de 27 a 47, vai se ligar ao Estado e se gera, se lhe agrega o ser estatal, está claro? Isso é o que disse o Presidente [Mao]. E disse a quem explora e outra vez nos enumera as quatro classes com a diferença quanto a que se restringe a burguesia nacional, outra vez reitera, muito interessante! Em Governo de Coalizão não disse estatal e está no tomo III, como bem sabem os camaradas; no IV, em 47, se disse estatal e disse ‘em 20 anos’, portanto, é um processo de desenvolvimento do capitalismo burocrático e isso é o que não se entende. No IV tomo, ademais dos ‘Escritos Inéditos’, o Presidente [Mao] já fala de capitalismo burocrático, já o planteia: capitalismo burocrático. Mais ainda, no próprio IV tomo, em Sobre a ditadura democrática popular que é nova democracia, como ele mesmo o explica, porque vem a ser sua parte final, o Presidente [Mao] fala da classe burocrática, olho atento! Muito importante. O que o Presidente está dizendo aí? Que já se produziu essa fusão do capitalismo monopolista não estatal com o estatal e que este – o estatal – vai ser o predominante, a alavanca da economia reacionária; por isso é que em um momento nos fala de burguesia compradora e por isso é que na China em um momento se especifica que há uma burguesia compradora e uma burocrática e que o Presidente [Mao] depois a redefine como burocrática, entendem? É um processo”.
Partido militarizado e Construção concêntrica dos Três Instrumentos Fundamentais da Revolução
Foi o Presidente Mao quem definiu que para fazer a Revolução se faz necessário um Partido Comunista, um Exército de novo tipo e uma Frente Única de classes revolucionárias. O que chamou de as “Três varinhas mágicas”, em que a Frente Única Revolucionária é para cercar o inimigo e apoiar a luta armada, o Exército é para fazer a luta armada e o Partido Comunista são os heroicos combatentes que manejam essas duas outras varinhas. O Presidente Gonzalo, por sua vez, estabeleceu que a construção destes três instrumentos deve se dar de forma concêntrica.
Sobre o Partido, o Presidente Gonzalo estabelece que é necessário que seja, ademais de partido de quadros e com caráter de massas, um partido militarizado. “A militarização dos Partidos Comunistas é diretriz política que tem conteúdo estratégico, pois, é ‘o conjunto de transformações, mudanças e reajustes que necessita para dirigir a guerra popular como forma principal de luta que gere o novo Estado’, portanto a militarização dos Partidos Comunistas é chave para a revolução democrática, a socialista e as culturais”.
Esse “conjunto de transformações, mudanças e reajustes” diz respeito tanto à relação externa, do Partido com os outros dois instrumentos, como interna ao próprio Partido. Externa, é a construção do Partido em torno do fuzil, isto é, dentro do Exército revolucionário desde o seu estágio embrionário, e seus dirigentes, quadros e militantes sendo simultaneamente mandos e combatentes deste Exército. Disso deriva a série de modificações que o Partido deve adotar como conjunto de procedimentos, métodos e formas de um Exército revolucionário, de novo tipo, aplicando o centralismo democrático, principalmente centralismo, e diferenciando-se do Exército pelo fato de ser uma cadeia de informações e conhecimento, que maneja a Linha de Massas e, por isso, demanda direção coletiva e síntese coletiva para abarcar o conjunto da realidade objetiva, pressupondo a liberdade e a disciplina; a confrontação de ideias – nas reuniões – lograda através do método da Luta de Duas Linhas como método de distinguir o justo do errôneo; combinada com a obrigação pessoal de seguir o definido pela maioria, pelo comitê superior ou pelo responsável do Partido; Partido que deve inspirar-se na disciplina própria dos Exércitos modernos para não estorvar o funcionamento do Exército já que desde dentro dele opera. Isso implica a objetividade na relação do militante com o Partido, no qual, inspirando-se em Lenin, o militante maoista deve ser “um soldado de um Exército em campanha que não pode se ausentar sem a autorização do comando”.
“Na I Conferência Nacional, novembro de 1979, o Presidente Gonzalo planteou a tese da necessidade da militarização do Partido Comunista do Peru; logo, nos primeiros meses de 1980 quando o Partido se preparava para iniciar a guerra popular planteou desenvolver a militarização do Partido através de ações, baseando-se no grande Lenin que disse reduzir o trabalho não militar para centrá-lo no militar, que concluíam os tempos de paz e entrávamos aos tempos de guerra pelo que todos os efetivos deviam ser militarizados, assim, tomando o Partido como eixo de tudo construir em seu entorno o Exército e com estes instrumentos, com a massa em guerra popular construir em torno a ambos o novo Estado. Que a militarização do Partido só pode ser levada adiante através de ações concretas da luta de classes, de ações concretas de tipo militar, isto não quer dizer que só realizemos, exclusivamente, ações militares de diversos tipos (ação guerrilheira, sabotagens, aniquilamento seletivo, propaganda e agitação armadas), senão que devemos realizar principalmente estas formas de luta, a fim de incentivar e desenvolver a luta de classes doutrinando-a com fatos, neste tipo de ações como formas de luta principal da guerra popular. A militarização do Partido tem seus antecedentes em Lenin e no Presidente Mao, porém é um problema novo desenvolvido pelo Presidente Gonzalo tendo em conta as novas circunstâncias da luta de classes e há que ver que se apresentarão problemas novos que através da experiência irão se resolvendo. Que implicará necessariamente um processo de luta entre o velho e o novo para que se desenvolva mais, sendo a guerra a forma mais alta de resolver as contradições, potencializa as faculdades dos homens para encontrar as soluções. É a militarização do Partido a que nos permitiu iniciar e desenvolver a guerra popular; e, consideramos que esta experiência tem validez universal pelo qual é uma demanda e necessidade que os Partidos Comunistas do mundo se militarizem”.
Consequentemente, o Exército revolucionário, nas palavras do Presidente Gonzalo, “é de novo tipo, isto é um exército para o cumprimento das tarefas políticas que o Partido estabelece em função dos interesses do proletariado e do povo; caráter que se concretiza em três tarefas: combater, produzir para não ser carga parasitária e mobilizar as massas. É um exército que se baseia na construção política a partir da ideologia do proletariado, do marxismo-leninismo-maoismo (hoje), e a Linha Política Geral quanto militar que o Partido estabeleça”. Prossegue: “É um exército que se baseia nos homens e não nas armas; um exército surgido das massas e sempre ligado a elas a quem lhes serve de todo coração, permitindo-lhe mover-se no seu seio como o peixe na água. Sem um exército popular nada terá o povo, disse o Presidente Mao ao tempo que nos ensina a necessidade da direção absoluta do Partido sobre o Exército e assenta seu grande princípio: O Partido manda no fuzil e jamais permitiremos o contrário. Ademais de estabelecer cabalmente os princípios e normas da construção de um exército de novo tipo, o mesmo Presidente chamou a conjurar o uso do exército para a restauração capitalista usurpando a direção mediante um golpe contrarrevolucionário e, desenvolvimento da tese de Lenin sobre a milícia popular, levou mais adiante que ninguém o armamento geral do povo, abrindo brecha e assinalando o caminho para o mar armado de massas que nos guiará à emancipação definitiva do povo e do proletariado”. Assim o Presidente Gonzalo formulou construir e desenvolver o Exército de novo tipo baseado em três forças: uma força principal, uma força local e uma força de base. A força de base, as massas trabalhadoras militarizadas enquanto reserva e milícias organizadas, mas não como força permanente. Nisto avança a tese do mar de massas armadas para se assegurar que o Exército Popular se mantenha fiel à revolução e conjure o perigo de que seja usurpado por um comando que tenha traído a revolução, tal como se passou o golpe dos revisionistas na União Soviética (URSS) e na República Popular da China.
Pensamento guia e Chefatura
Partindo de Lenin que nos ensina que na história universal as massas oprimidas, na luta contra seus opressores sempre elegeram seus Chefes para conduzi-las, e sobre as relação entre chefes, partido, classes e massas, afirma que uma direção não se improvisa, o Presidente Gonzalo sintetizou a experiência da Revolução Proletária Mundial identificando que toda revolução gera um conjunto de chefes e dentre estes uma Chefatura, um Chefe reconhecido que se sobressai aos demais e que passa a representar o movimento após provar-se o mais capaz e o mais firme na condução do Partido e da Revolução, fundindo a teoria revolucionária com a prática revolucionária em um país determinado – conformando o pensamento guia desse Partido e dessa revolução, base sobre a qual se sustenta seu prestígio e reconhecimento.
“Qualquer revolução que se veja, mostra que só em décadas se forja um número de chefes. Porém, o principal é que se gera um Chefe, uma só cabeça que sobressai nitidamente, muito acima aos demais e isso é o que temos que entender e não é pela vontade de ninguém, é a própria realidade da revolução, da classe e do partido, a que demandam e promove essa conformação. Assim que sempre se dá, não tem nada de estranho, mas é uma necessidade; já Engels insistiu sobre isto e nos dizia que até um movimento literário tem cabeça que lhe representa”.
A importância da Chefatura comunista, que represente o movimento porque sustentado sobre o pensamento guia – isto é, impulsionador e desenvolvedor dele e a ele sujeito – tem precedentes em todos os movimentos da humanidade, em especial nos grandes eventos históricos da luta de classes em geral. É o ponto de identificação das massas com a ideologia e toda a luta.
Etapas da Revolução Mundial
O Presidente Gonzalo, partindo das análises do Presidente Mao de grandes períodos e épocas da história universal em geral e da história da luta de classes em particular, mais especificamente a da sociedade capitalista e, bem como este, de magistral manejo da contradição, definiu que a Revolução Proletária Mundial tem, assim como a guerra popular, três grandes momentos, três grandes etapas estratégicas de desenvolvimento: primeira, da defensiva estratégica; segunda, do equilíbrio estratégico e, terceira, da ofensiva estratégica.
“O Presidente Gonzalo nos planteia que no processo da revolução mundial de varrimento do imperialismo e da reação da face da terra há três momentos: 1º Defensiva estratégica; 2º Equilíbrio estratégico; e 3º Ofensiva estratégica da revolução mundial. Isto o faz aplicando a lei da contradição à revolução pois a contradição rege em tudo e toda contradição tem dois aspectos em luta, neste caso revolução e contrarrevolução. A defensiva estratégica da revolução mundial oposta à ofensiva da contrarrevolução arranca desde 1871 com a Comuna de Paris e termina na Segunda Guerra Mundial; o equilíbrio estratégico se dá em torno ao triunfo da Revolução Chinesa, à Grande Revolução Cultural Proletária e ao desenvolvimento do poderoso movimento de libertação nacional; posteriormente a revolução entra à ofensiva estratégica, este momento se pode localizar em torno dos [anos] 80 em que vemos sinais como a guerra Irã-Iraque, Afeganistão, Nicarágua, o início da Guerra Popular no Peru, época inscrita nos “próximos 50 a 100 anos”; daí para adiante se desenvolverá a contradição entre o capitalismo e o socialismo cuja solução nos levará ao comunismo. Concebemos um processo longo e não curto, com a convicção de entrar ao comunismo assim se passe por uma série de sinuosidades e reveses que necessariamente haverá. Ademais, não é estranho que apliquemos os três momentos à revolução mundial, pois, o Presidente Mao os aplicou ao processo da guerra popular prolongada. E como comunistas devemos mirar não só o momento, senão os longos anos por vir”.
Conclusão
Através da Revolução Peruana vertebrada pela grande Guerra Popular, sob a direção do PCP e Chefatura do Presidente Gonzalo, maior movimento de massas revolucionário armado do proletariado da história das Américas, fruto da aplicação criadora das verdades universais da ideologia científica do proletariado internacional à realidade concreta do Peru, a integração destas verdades com a prática da revolução no Peru, processo que conduziu à definição pelo Presidente Gonzalo do maoismo como terceira, nova e superior etapa de desenvolvimento do marxismo e ao pensamento gonzalo, os quais foram sancionados, pelo histórico e grandioso I Congresso do PCP, congresso marxista, congresso marxista-leninista-maoista pensamento gonzalo, como definiu o próprio Presidente Gonzalo “congresso filho de dois pais, o PCP e a guerra popular”, de oito anos de invencível Guerra Popular.
Assim o Presidente Gonzalo e seu pensamento gonzalo, como base e guia da Revolução Peruana, aportam contribuições de validez universal à ideologia do proletariado internacional e à Revolução Proletária Mundial, sendo a principal a definição do maoismo. Os aportes de validez universal do Presidente Gonzalo, são parte desta terceira, nova e superior etapa, o maoismo e ao mesmo tempo desenvolvimento desse.