Dilma e o Gal. Siqueira, que diz não ser vergonha existir desaparecidos políticos
No último dia 1º de janeiro a capital do gerenciamento semicolonial, Brasília, foi palco de uma grande festa nada popular, apesar do ensalçamento promovido pela imprensa da burguesia. Confraternizaram, à custa das massas trabalhadoras, as oligarquias vende-pátria, os emissários do imperialismo e os mais atrozes oportunistas ora empoleirados no emaranhado burocrático do velho Estado brasileiro.
Estes últimos, os oportunistas de carteirinha (sobretudo a carteirinha do PT), após emplacarem Dilma para quatro anos de um mandato tampão para um possível retorno de Luiz Inácio, “o cara” do imperialismo, gabam-se mais do que nunca e dançam empavoados ante as diferentes frações do partido único, porque na verdade o fato de terem viabilizado por meio de mais uma farsa eleitoral “a primeira mulher presidente do Brasil” — como a própria tanto ressaltou no discurso inaugural de sua gerência — representa, antes de quaisquer questões de gênero e longe de ser uma conquista do povo, que o PT consolidou a total confiança que já conquistara junto aos monopólios, e às classes reacionárias.
Com esta compreensão em mente, soa como ameaça a espécie de slogan que a gerente Dilma adotou para sua administração já no discurso de posse: “continuar não é repetir”.
De fato, o que se avizinha não é mera repetição da administração Luiz Inácio, que foi calcada no entreguismo, no arrocho das massas e em um incansável, diário e monumental esforço pela despolitização do povo trabalhador. Até porque a requisição por parte dos poderosos do mundo e das velhas oligarquias civis e militares nacionais é que, ante a crise geral, a marcha de implementação das políticas antipovo seja acelerada cada vez mais, tudo sob a patranha do “desenvolvimento” desta semicolônia miserável.
E Dilma, nova testa de ferro das potências capitalistas por aqui, já arregaçou as mangas e começou a trabalhar firme em prol dos interesses de a quem ela presta contas (ver nesta edição de AND).
Desfile de inimigos do povo
Aprofundar a rapina imperialista no Brasil e garantir a partilha das sobras atiradas pelos monopólios para os nossos podres grupos de poder. Estas foram as condições impostas pelos bancos e pelos monopólios para sua benção a pelo menos mais quatro anos de gerência do PT.
Este foi o compromisso assumido por Luiz Inácio e sua subordinada junto aos chefes das potências e à burguesia local, bem como aos mais reacionários quadros militares e ao latifúndio, não obstante a velha bravataria petista segundo a qual o compromisso deste grupo de traidores, renegados e demagogos é com as massas trabalhadoras.
Não por acaso a cerimônia de posse da subgerente Dilma foi um verdadeiro desfile de inimigos do povo. Todos foram ouvir de perto a gerenta enumerar as facilidades que sua administração irá criar para as transnacionais explorarem o Brasil e seu povo e, à moda do chefe Luiz Inácio, embora não tão habilmente, tentar apresentar as benesses ao imperialismo como enormes benefícios para as classes populares, ora sem direitos, endividadas e penalizadas pelo subemprego.
Estiveram lá vários emissários do imperialismo, como por exemplo o pau pra toda obra de Obama, a secretária de Estado do USA, Hillary Clinton. Estiveram lá os picaretas profissionais que infestam a América Latina com sua demagogia estridente enquanto assinam acordos com as potências, como Hugo Chávez, que entrega a Venezuela aos monopólios cada vez mais, na proporção direta do seu discurso anti-ianque de fachada, ou José Mujica, que como Dilma participou da luta armada contra o gerenciamento militar do seu país para depois (também como Dilma) ajudar a substituí-lo por uma democracia de fachada, mantendo as estruturas do velho Estado.
Estiveram lá também o colaboracionista Mahmoud Abbas, “presidente” na Autoridade Nacional Palestina, para agradecer o apoio do PT à hipocrisia pacifista no Oriente Médio, e os chefes das sucursais brasileiras do monopólio dos meios de comunicação.
Algumas destas figuras aproveitaram a ocasião para requisitar audiências com Dilma para, em suma, lembrá-la dos seus compromissos de campanha — não as mentiras eleitoreiras de palanque, mas os arranjos pré-eleitoreiros feitos a portas fechadas, dentro e fora do país.