A segunda morte do ‘caminho chileno ao socialismo’, agora como farsa

A segunda morte do ‘caminho chileno ao socialismo’, agora como farsa

O Partido Republicano, que reúne figuras da extrema-direita chilena e que sempre foi contra o fim da constituição pinochetista, ganhou direito a 22 cadeiras das 50 disponíveis para o Conselho Constitucional, que será o redator da nova proposta de Carta Magna.

O resultado da farsa eleitoral, que decidiu no último dia 7 quem comporá o conselho, deu ampla margem (35% dos votos) para a extrema-direita. A direita tradicional levou outros 21% dos votos equivalendo a 11 cadeiras no conselho, garantindo sólida maioria para os setores mais reacionários da grande burguesia e do latifúndio chilenos. A falsa esquerda oportunista, encabeçada pelo atual presidente Gabriel Boric, recebeu 29% e obteve apenas 11 cadeiras. O boicote eleitoral, no entanto, é o grande vencedor: mais de 50%.

A mudança da constituição no Chile foi subproduto de intensas e explosivas lutas populares, que tiveram seu apogeu em 2019, conforme noticiou o AND. Diante daquele auge, as forças oportunistas e revisionistas, por sua vez, canalizaram e desviaram o curso da luta das massas populares para o caminho burocrático e constitucional, clamando “nova constituinte”. O resultado, agora, tende ainda mais para uma “nova” constituição que não ultrapasse as raias das mudanças superficiais da constituição em vigor. A derrota de Gabriel Boric é ainda mais se se leva em consideração que, em setembro de 2022, a farsa eleitoral rejeitou amplamente a proposta de nova constituição defendida pelo governo.

O oportunismo e o revisionismo buscaram impor a paralisia à luta das massas populares; sob pretexto de alcançar “vitórias parciais” com uma constituição “democrática”, o que buscaram, de fato, foi arrefecer o crescimento da situação revolucionária no Chile, cuja existência e forte desenvolvimento ficaram evidenciados por aquelas grandes sublevações de massas camponesas, operárias e estudantis multitudinárias. Agora, a “conquista parcial” que tanto propagandeavam se esfumaçou. Mas a situação revolucionária no país, não; ela segue se desenvolvendo e tende a crescer furiosamente nos próximos meses. É o segundo fracasso do “caminho chileno para o socialismo”, só que agora, como farsa.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: