Advogado do povo Dr. Marino D’Icarahy sofre perseguições políticas

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Advogado do povo Dr. Marino D’Icarahy sofre perseguições políticas

No início do último mês de setembro, o advogado do povo Dr. Marino D’Icarahy foi condenado a 1 ano e cinco meses de prisão e o pagamento de uma multa de 32 salários mínimos. Ele foi acusado de injúria pelo juiz Flávio Itabaiana, que julga o caso dos 23 ativistas processados e presos no Rio de Janeiro na véspera da final da Copa da Fifa de 2014. A equipe de AND foi ao escritório do advogado para uma entrevista sobre essa condenação e as demais perseguições sofridas por esse bravo advogado defensor dos direitos do povo.

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— Essa perseguição que tenho sofrido é resultado do trabalho jurídico que fizemos em defesa dos lutadores do povo. Certamente, esse sofrimento reflete a medida do golpe que nós estamos dando em nosso inimigo de classe. Se a gente não tivesse incomodado o inimigo, ele não estaria preocupado e empenhado em nos espancar — diz Dr. D’Icarahy.

E explicou o caso que resultou nesta recente condenação. Durante a audiência de depoimento de seu cliente Igor Mendes —  na época preso, e hoje ainda processado político da Copa da Fifa — o juiz do caso se exasperou quando o réu ergueu os punhos em cumprimento aos presentes e expulsou todas as pessoas da audiência, alegando que processaria o Igor e outros seis por desacato a autoridade. Nesta ocasião, o advogado, mantendo uma postura firme, se colocou na defesa de seu cliente.

— Eu argumentei dizendo ao juiz que, segundo a criminologia crítica, é entendido que por trás da maioria das acusações de desacato ou desobediência existe uma atitude autoritária de quem acusa. Na esmagadora maioria das vezes essas acusações encobrem esse autoritarismo. Por isso, eu disse ao juiz que ele estava abusando do seu poder. Ele disse que eu estava o caluniando e me chamou de mau caráter. Eu disse que não me surpreendia com a atitude dele, levando em consideração a sua postura durante todo o processo. Nesse processo eu acabei de ser condenado — explica Dr. D’Icarahy. O advogado denuncia ainda que neste caso dos 23 presos políticos encarcerados na véspera da final da Copa do Mundo de 2014, o juiz já o processou por duas vezes, por calúnia e injúria.

— Essa é uma perseguição sistemática e eu não sou o único perseguido. Nós temos advogados assassinados, ameaçados e criminalizados, exatamente por essa luta e isso acaba fazendo parte do risco assumido no momento em que você escolhe o caminho de radicalizar a luta contra o sistema. Quem entra nessa luta tem que estar disposto a dar a sua cota de sacrifício e não parar de lutar um minuto. O judiciário é instrumento desse mesmo Estado e desse mesmo sistema e nós sabemos da limitação da luta jurídica no sentido de combater a perseguição e as injustiças, que por suas próprias naturezas exigem uma resposta. Em todas as três situações eu jamais quis ofender ninguém e meus argumentos não foram do ponto de vista pessoal ou funcional. Se eu argumentei, argumentei em defesa de meus clientes e pacientes. Aí sim há uma violação da minha prerrogativa de amplo direito de defesa de contraditório, que me garante a defesa, com todos os meios que eu tiver, das vítimas desse Estado vândalo e terrorista — conclui o advogado do povo, Dr Marino.

Acompanhe a entrevista completa no blog da Redação.

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