América Latina

https://anovademocracia.com.br/165/20-haiti.jpg

América Latina

México: caravanas pelos 43 de Ayotzinapa

Convencidas de que seus filhos foram assassinados pelo Estado mexicano, as famílias dos 43 estudantes da cidade de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, organizaram duas caravanas que cruzaram o México na segunda metade de janeiro para exigir a verdade sobre o paradeiro dos jovens.

O gerenciamento antipovo mexicano atribui o desaparecimento dos 43 estudantes a uma ação de cartéis de drogas, mas há numerosos indícios da participação do exército reacionário do país no sequestro. A escola na qual estudavam os desaparecidos é conhecida em Guerrero pela combatividade do seu corpo discente, com largo histórico de enfrentamento com os poderes locais e luta contra a opressão do Estado à população. O caso gera cada vez mais revolta no México, e já foi o estopim de várias ações radicalizadas contra o Estado, como o cerco popular a um quartel.

Uma das caravanas partiu do estado de Chiapas, no sul do país, e a outra partiu do estado de Chihuahua, no norte. Antes de se encontrarem no centro do território do México, no dia 28 de janeiro, tiveram encontros com organizações do povo para receber solidariedade à sua causa e dar amplificação à luta junto às massas.


Haiti: maiores protestos das últimas décadas

https://anovademocracia.com.br/wp-content/uploads/https://anovademocracia.com.br/165/20-haiti.jpg

O povo haitiano está honrando sua origem forjada na luta contra o opressor estrangeiro ao levar a cabo uma massiva e violenta revolta que teve como estopim o rechaço a mais uma tentativa dos lacaios do imperialismo de se legitimarem pela farsa eleitoral. A rebelião vem se desdobrando em mais ódio de classe ao invasor ianque, à Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti) e à cumplicidade de gerenciamentos de países latino-americanos com a dominação do país, essa infâmia na qual o velho Estado brasileiro participa como sabujo e ponta de lança.

Com os resultados do primeiro turno das eleições, realizadas no último 25 de outubro, sob forte acusação de fraudes para propiciar a permanência no poder do grupo político do atual “presidente” Michel Martelly, lacaio do imperialismo, as massas haitianas se levantaram nas favelas de Porto Príncipe para impedir com o próprio punho que o processo eleitoral, farsesco e fraudulento, fosse concluído com o segundo turno, que Martelly insistiu em manter agendado para o último 24 de janeiro. Com as ruas tomadas pelo povo rebelado, a autoridade eleitoral do país foi obrigada afinal a adiar a votação. No lugar de eleição, houve um grande protesto na frente da embaixada ianque em Porto Príncipe, com os populares acusando o USA de fraudar as urnas para seguir com a rapina no país.

Em suma, o povo haitiano se levanta contra a exploração, a repressão e a espoliação que, em conjunto, perpetuam a ilha caribenha na condição de um dos países mais miseráveis do planeta.


Argentina: Macri saqueia mais do povo

O novo gerente da Argentina não para de ser homenageado e classificado como “CEO” (sigla para Chief Executive Officer, cargo mais alto das companhias privadas) pelo monopólio da imprensa e por todos os que advogam que um Estado precisa ser administrado mais claramente como uma empresa capitalista, ou seja, a fim de dar (ainda mais) lucro para os parasitas que se alimentam das políticas vende-pátria, de arrocho às massas trabalhadoras e de livre farra para o capital financeiro.

Recentemente empossado, Macri já pôs em prática seu programa de governo calcado em onerar o custo de vida da população, de um lado, e “voltar aos mercados”, do outro, apressando-se em saldar integralmente “dívidas” do país cobradas por “credores internacionais”.

Com o corte por Macri de subsídios para o custo da energia elétrica, o valor da conta de luz que chega para o povo argentino já aumentou até 700%. O mesmo será feito com os subsídios do Estado para o gás de cozinha. Tudo em nome de “reduzir o déficit fiscal”, como o FMI ensinou para seus alunos mais atentos na Argentina. O custo de vida dos argentinos já subiu de 30% a 40% desde a posse do “CEO”.

Quanto aos pagamentos aos “credores internacionais”, Macri já acertou a transferência de US$ 1,35 bilhão dos cofres públicos da Argentina a credores italianos, US$ 600 milhões mais “juros razoáveis”, e está prestes a assinar um acordo para repassar diretamente a fundos especulativos do USA, a título de pagamento de títulos da dívida argentina, o que o Estado vai economizar com o fim de subsídios de luz e gás.

Na década de 1990, a Argentina era vista como “laboratório” para as políticas do FMI para a América Latina. Agora, os monopólios internacionais lograram emplacar este seu experimento chamado Macri para testar qual afinal é a melhor alternativa para o imperialismo nas semicolônias: um vende-pátria que capricha na retórica — e apenas na retórica — da defesa do povo (como Cristina Kirchner), ou um vende-pátria que nem se dá ao trabalho de gastar energia tentando esconder que governar um país semicolonial nada mais é do que gerenciar um capitalismo atrasado segundo os interesses do imperialismo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: