Milhares de pessoas mobilizadas por inúmeras organizações políticas, sindicais, populares, estudantis e de luta pelos direitos do povo tomaram as ruas de Buenos Aires e de outras importantes cidades da Argentina para protestar contra o assassinato do jovem ferroviário, militante do Partido Operário, Mariano Ferreyra.
Mariano participava da jornada de luta dos trabalhadores terceirizados das linhas férreas Roca, no dia 21 de outubro, quando foi atacado por um bando de pistoleiros armados que dispararam a queima-roupa contra ele e seus companheiros. Elsa Rodríguez, de 64 anos de idade, foi gravemente ferida por um tiro na cabeça e internada no Hospital Argerich. Outro jovem ficou seriamente ferido na perna.
Os trabalhadores lutavam pela reincorporação de 120 funcionários terceirizados que haviam sido demitidos e contra o plano de demissão em massa de outros 1.500 trabalhadores da linha férrea quando foram atacados a tiros. Os companheiros de Mariano acusaram a União Ferroviária, sindicato patronal peronista, de enviar uma “gangue” composta por 40 ou 50 pessoas para atacar os trabalhadores.
No dia 22 a Praça de Maio foi tomada por milhares de pessoas em um combativo protesto exigindo punição para os responsáveis pelo assassinato de Mariano Ferreyra.
A Central de Trabalhadores Argentinos – CTA convocou uma greve geral que contou com a adesão de dezenas de organizações sindicais e populares. A Corrente Classista e Combativa, Cicop, organização que agrupa os profissionais da saúde, a Associação de Trabalhadores dos serviços públicos – ATE, a Federação Judicial Argentina, a Frente Popular Darío Santillán, e inúmeras outras organizações somaram-se aos protestos.
Dezenas de atos combativos se somaram ao protesto geral em solidariedade. Os “cortes de ruta” (bloqueios de estrada) se multiplicaram em toda a região metropolitana de Buenos Aires. O forte aparato policial destacado pelo governo para reprimir os manifestantes foi incapaz de conter os protestos. Os manifestantes exigem rigorosa investigação sobre o assassinato de Mariano Ferreyra e punição para os assassinos e mandantes.