Cabral recua e Aldeia Maracanã resiste

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Cabral recua e Aldeia Maracanã resiste

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Índios da Aldeia participam de protesto na zona Norte do Rio

Depois da tentativa do gerenciamento Cabral de remover a Aldeia Maracanã, na zona Norte do Rio de Janeiro, milhares de pessoas entraram na luta pela preservação do centenário prédio do antigo Museu do Índio e, principalmente, da memória e da cultura dos povos indígenas. Após o ataque frustrado do Estado, além dos povos indígenas de diferentes etnias que já ocupavam o prédio, centenas de pessoas a todo momento chegam dos quatro cantos do país para reforçar a resistência à uma nova investida contra a ocupação.

No dia 12 de janeiro, cerca de 40 PMs da tropa de choque foram ao local para despejar os índios que ocupam o prédio. O despejo e a demolição da Aldeia são parte das obras de reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. No dia em que a polícia foi ao local, centenas de pessoas pularam o muro da Aldeia e engrossaram a resistência contra a remoção iminente.

Depois de 20 horas, o Estado foi impedido de levar a desapropriação adiante por “questões técnicas” e deu um prazo de dez dias para os indígenas deixarem o local. A tropa de choque desfez o cerco e foi embora com o rabo entre as pernas diante de centenas de pessoas que foram à Aldeia Maracanã apoiar a justa luta pela preservação da memória dos povos ancestrais.

No dia 28 janeiro, o gerente estadual, Sérgio Cabral Filho, anunciou em nota à imprensa que manterá erguido o prédio, vizinho ao estádio Maracanã. Entretanto, os indígenas veem o anúncio com deconfiança, já que a condição para a manutenção do edifício seria a desocupação.

Aí a gente sai daqui e o governador manda a polícia e os tratores no dia seguinte para derrubar tudo. Até porque, nota à imprensa não é anúncio oficial. Mesmo assim, a oficialização da decisão não será motivo de comemoração nossa, porque sabemos que a lei nunca está a favor dos mais desfavorecidos. É só um pedaço de papel — disse o cacique da Aldeia Maracanã, Carlos Tukano.

Agora, os indígenas aguardam um possível retombamento do edifício pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pretendem ir a Brasília exigir do gerenciamento Dilma a preservação da Aldeia Maracanã.

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