Camponeses denunciam terror latifundiário

Camponeses marcham rumo ao Sindicato dos latifundiários em Montes Claros

Camponeses denunciam terror latifundiário

Um combativo protesto com cerca de 200 camponeses tomou as principais ruas de Montes Claros, no dia 16 de março. Os manifestantes protestaram contra o ataque de pistoleiros a mando do latifúndio às famílias do Acampamento Terra Prometida e afirmaram que o terror latifundiário-policial não irá deter o avanço da luta camponesa na região.

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Camponeses marcham rumo ao Sindicato dos latifundiários em Montes Claros
Camponeses marcham rumo ao Sindicato dos latifundiários em Montes Claros

A marcha camponesa, organizada pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Norte de Minas e Sul da Bahia e pela Frente Nacional de Luta (FNL), exige o assentamento das 200 famílias que ocupam a fazenda Norte América, no município de Capitão Enéas, desde o dia 18 de fevereiro deste ano.

Durante o vibrante protesto, os manifestantes também exigiram a prisão dos executores e mandantes do criminoso atentado contra os camponeses ocorrido no dia 8 de março, fato denunciado na última edição de AND e na página 8 desta edição.

Marchando com suas bandeiras vermelhas e sob uma temperatura de mais de 35 graus, os camponeses e apoiadores da luta camponesa esclareceram e convocaram a população a apoiar a luta pela terra. Na frente da manifestação estava uma faixa com a consigna Viva a Revolução Agrária! Morte ao Latifúndio!, carregada por trabalhadores organizados pela LCP e pela FNL. Palavras de ordem como É terra, é terra, a quem nela trabalha e viva agora e já a Revolução Agrária! e É morte, é morte, ao latifundiário! E viva o Poder camponês e operário! foram entoadas durante todo o ato.

Os manifestantes não se intimidaram com a tentativa da Polícia Militar do gerente estadual Fernando Pimentel/PT de impedir o ato, chegando até a bloquear ruas com as viaturas.  Ao parar na praça Dr. Carlos, onde se localiza um terminal de ônibus, os camponeses denunciaram os ataques dos gerenciamentos federal e estadual de Michel Temer/PMDB e Fernando Pimentel/PT, respectivamente, a farsa eleitoral e a intervenção militar no Rio de Janeiro, recebendo apoio e aplausos dos trabalhadores que ali estavam.

A manifestação se iniciou na praça da Estação (no centro da cidade) e se encerrou na frente do Parque de Exposições Geraldo Athayde (no bairro de Alto São João), local onde Leonardo Andrade (pretenso proprietário da fazenda Norte América) e outros latifundiários da Sociedade Rural organizaram o ataque criminoso.

A juventude combatente, de acordo com nota do Comitê de Apoio ao AND – Norte de Minas, lançou tinta vermelha contra a fachada do Parque, “deixando registrado que o sangue derramado dos companheiros e companheiras na luta pela terra não ficará impune”. 

Milhares de exemplares da nota de repúdio ao ataque criminoso do latifúndio contra o Acampamento Terra Prometida assinado pela LCP do Norte de Minas e Sul da Bahia foram distribuídos para a população. “Destruir o latifúndio já, e tudo o que ele engendra de atraso na economia, na política e na cultura de nosso país. Unir camponeses, indígenas e quilombolas, com o apoio dos operários e demais trabalhadores da cidade! Varrer todo esse lixo de corrupção, miséria, injustiça, exploração, opressão e genocídio, para conquistar a Nova Democracia e o Brasil Novo.”, afirma trecho da nota.

“Cumprimos o objetivo de levar ao povo de Montes Claros e de toda a região a verdade sobre a luta pela terra, denunciando os crimes do latifúndio e desmascarando as mentiras da polícia e da imprensa. Uma demonstração de força e união dos camponeses. Demos uma resposta a esses bandidos latifundiários, deixamos claro que com esse ataque eles só conseguiram nos fortalecer mais: o companheiro Tiago já está melhor, as famílias continuam nas terras e agora estamos mais unidos do que antes.”, frisou um dirigente da FNL após a manifestação.

O protesto contou com a participação de camponeses e quilombolas de municípios do Norte de Minas como Capitão Enéas, Jaíba, Jequitaí, Manga, Matias Cardoso, Pedras de Maria da Cruz, Pirapora, Varzelândia e Verdelândia.

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