Saudações de um companheiro
Venho parabenizar e elogiar o trabalho realizado por toda a equipe do jornal A Nova Democracia. Numa iniciativa brilhante, o trabalho realizado por todos vocês nos enche de esperança e vigor em busca da destruição do Estado capitalista opressor. Imprensa popular de verdade! Denúncia do fascismo praticado pela burguesia e pelos latifundiários, crimes negligenciados ou deturpados pela grande mídia, teoria e prática revolucionária, é um pouco do que encontramos nesse instigante e maravilhoso jornal!
Saudações revolucionárias de um companheiro que acredita na transformação do mundo e na emancipação das massas trabalhadoras!
Matheus Augusto
por correio eletrônico
Homenagem ao comunista Raposo
Da Redação de AND
Se vivo fosse Manoel Raposo teria completado no último dia 24 de abril 77 anos. Para comemorar a data AND , o Departamento de Literatura do Curso de Letras da Universidade Federal do Ceará, o Centro Acadêmico do Curso de Letras da UFC e a Associação 64-68 Anistia, realizaram, no dia 22 às 18 horas, uma celebração no auditório do Curso de História da UFC.
O ato teve início com a jovem Viviane Pereira fazendo a leitura dramática dos poemas "Acorda Ilitch" e "Treme o lado direito da rua", de autoria de Raposo. Em seguida os Professores Roberto Pontes e Juarez Leitão fizeram uma apreciação sobre a obra literária de Raposo mostrando a correspondência entre a sua poesia e os acontecimentos históricos vividos pela humanidade no desenvolvimento da luta de classes e sua repercussão na sociedade brasileira e, particularmente, no Ceará, deixando claro aos presentes o profundo engajamento de Raposo na luta pelo fim do mundo da exploração e na busca do reino da liberdade.
Juarez Leitão foi buscar as reminiscências do garoto nascido no sertão do Crateús, vivendo, portanto, todas as contradições de uma sociedade dominada pelo latifúndio, para destacar a marca do amor e da rebeldia que percorre toda a obra literária de Raposo a qual o professor Roberto Pontes qualificou como "poesia de combate" o que justifica, plenamente, a inserção de seu nome na seleção feita por Afrânio Coutinho dos melhores escritores nacionais.
O advogado Tarcísio Leitão destacou a coragem de Raposo desde sua juventude quando, armados, realizavam pichações na campanha do "petróleo é nosso" e quando realizavam comícios pelo sertão, desafiando os latifundiários. O juiz Sílvio Mota, ex-exilado em Cuba, lembrou a determinação de Raposo em garantir por sete anos a impressão do jornal cubano Gramma Internacional e o professor Fausto Arruda enalteceu a condição de comunista de Raposo ao destacar a sua revolta com a realização do XX Congresso do PCUS, no qual Kruschov, na tentativa de liquidar com a Ditadura do Proletariado, joga lama sobre Stalin. Este episódio, segundo Fausto, indispôs Raposo com a parcela do Partido Comunista que haviam aderido às teses revisionistas e oportunistas de Kruschov, levando-o à ruptura e gerando a sua fama de stalinista. Fausto destacou ainda que Raposo após realizar o estudo do livro "A Carta Chinesa" no qual ficam claras as posições revolucionárias do Partido Comunista da China, dirigido por Mao Tsetung, contra o revisionismo moderno de Kruschov, passou a defender o pensamento de Mao Tsetung como terceira etapa do desenvolvimento do marxismo como marxismo-leninismo-maoísmo e, com base nestes princípios, a reconstituição do Partido Comunista.
Bastante emocionada, sua irmã De Jesus, interpretando o sentimentos de todos os familiares de Raposo, agradeceu aquela manifestação.
Outros oradores se seguiram destacando o apoio de Raposo aos estudantes revolucionários, à criação da Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste, o que lhe valeu ser homenageado com seu nome sendo colocado em duas áreas revolucionárias, e, também, sua profunda ligação com os índios Tapebas, nas terras dos quais as cinzas de Raposo foram, a seu pedido, espalhadas.
Finalizando o ato os índios Tapebas prestaram sua homenagem realizando seu ritual através da dança do Toré.
Uma homenagem tão ao seu estilo que aquela centena de pessoas que participaram dela saíram cientes que pela sua luta e pela sua obra Raposo continua PRESENTE.
Justiça seja feita
Em uma roda de conversa, em um dos intervalos da reunião ampliada da Comissão Nacional da LCP em Goiânia realizada em abril, um dirigente camponês comenta as declarações de João Pedro Stédile, dirigente do MST ao jornal Zero Hora, sobre o fato de que "hoje, a ocupação de terra não soma aliados e que, portanto, não interessa mais." O dirigente da LCP dizia que depois da publicação da entrevista, Stédile tentou desmentir e dizer que o jornal Zero Hora teria editado sua fala capituladora. Nesse momento Alípio de Freitas o interrompe:
— Não sejamos injustos com o Zero Hora — ironizou —, mesmo que seja um jornal reacionário, eu estava no Fórum Social quando o Stédile deu essa declaração, e justiça seja feita, o Zero Hora publicou tal e qual o Stédile disse. Ele não pode desmentir isso.