Cartas

Cartas

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Contra as demissões na USP

Senhor José Ricardo Prieto,

Estamos denunciando mais arbitrariedades na Universidade de São Paulo.

Dando continuidade ao sucateamento da instituição, a reitoria está demitindo todos os servidores aposentados. Passando por cima de toda a legislação vigente, coloca centenas e centenas de profissionais experientes na rua.

A medida, como na época da ditadura militar, é tomada na calada da noite – em um período de férias, de difícil mobilização.

A ideia é contratar serviços terceirizados – quem serão os proprietários delas? Se é que vão contratar, ou explorar ainda mais os servidores que permanecerem na instituição. Alguns administradores e políticos se utilizam das instituições como se fossem propriedade de sua família, ou para beneficiar os amigos. Com certeza cairá muito a qualidade dos serviços, pois são profissionais com longos anos de experiência.

Estamos articulando apoio político no sentido de reverter mais essa agressão. Se não houver resistência, certamente virão outras medidas ainda mais drásticas.

No Complexo Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina da USP já existe uma fundação de direito privado que recebe montanhas de recursos públicos e gasta da maneira que lhe convém.

Agapito José da Silva
Servidor Aposentado da USP e associado do SINTUSP

Nota da redação: ver matéria de Carla Silva na página 9 desta edição



Um bom começo

Olá!

Aqui no Tocantins ainda estou trabalhando sozinho, mas alguém que já conhecia o AND me contatou recentemente dizendo que tinha interesse em colaborar.

A edição de dezembro, da qual recebi 50 exemplares, 25 foram vendidos. Considero um bom número, visto que, se não me engano, esta é a primeira manifestação do AND no estado. Número relevante também se levarmos em conta a história da imprensa no Tocantins. Como podem ver, esta é a primeira vez que um veículo de comunicação popular conceituado fica disponível nas bancas do mais novo estado do país.

Tenho certeza que o AND causará incômodo aos reacionários e ânimo às consciência dos trabalhadores e trabalhadoras tocantinenses, assim como das massas populares dos outros estados.

Saudações,

Diogo
Palmas, TO


Primeira brigada em Brasília

Saudações companheiros!

Realizamos nossa primeira brigada de agitação aqui em Brasília.

Duas pessoas, duração de uma hora e vinte minutos, 90 exemplares de edições anteriores distribuídos na rodoviária do Plano Piloto e no CONIC (galeria de lojas e sindicatos). A agitação foi só no “gogó”, mas foi razoável. Muita gente interessada.

Pelo que pudemos conferir nas bancas da rodoviária hoje, as vendas dessa edição já vão ser um pouco melhores que da anterior.

Dimas
Brasília, DF



Mineradora destrói tudo em Minas

Ilmo Sr.

José Ricardo Prieto

Gostaríamos de cumprimentá-lo pelo excelente trabalho da edição 73 – janeiro de 2011, principalmente sobre o genocídio ocorrido recentemente nas comunidades do Rio de janeiro.

Lutamos muito contra a ditadura militar, passamos pelos porões do DOPS.

Agora sentimos a força do cassetete democrático.

Temos tentado organizar apoio contra a devastação realizada por mineradoras no estado de Minas Gerais, mais especificamente nos municípios de Conceição do Mato Dentro, D. Joaquim, Serro, Carmésia, etc.

Inicialmente as empresas MMX e LLX iniciaram a devastação na Serra do Espinhaço, com a ideia de retirar 30 bilhões de toneladas de minério de ferro e transportar através de dutos até o porto, no estado do Rio de Janeiro (600km), além da extração de outros produtos.

Atualmente os canteiros contam com placas da Anglo e pretendem praticamente secar o Rio do Peixe para o referido transporte. Dentre outras localidades, esse rio passa por Alvorada de Minas, Samora, Carmésia, São Gonçalo dos Pretos Forros, Limeira, Valentins, Santa Rita do Rio do Peixe, Socorro, Barbeiro, Brejaúba, etc.

Os enormes equipamentos para a retirada da água encontram-se na região de Samora, há mais ou menos 5 km de Carmésia (estrada com asfalto somente até essa cidade).

A ganância é incontrolável. Vão prejudicar milhares de pessoas (pequenos agricultores e pecuaristas) que utilizam as águas do rio (subsistência) e não têm ideia do estrago que está por vir.

As promessas são sempre aquelas: criação de empregos.

Na periferia de Conceição (Sapo) os moradores estão apavorados com a agressividade. Estão desviando cursos d’água, aterrando nascentes, transformando córregos com águas claras em lama.

Alguns moradores, cujas famílias vivem na região há mais de duzentos anos, foram presos pela guarda particular das empresas, com o apoio irrestrito da PM local. Estradas públicas são fechadas, impedindo o acesso às propriedades.

Para a instalação dos dutos, desviam cursos de riachos, córregos, nascentes e “detonam” a mata nativa. No Meloso foram plantadas milhões de mudas de eucalipto. Morro do Pilar produz uma das águas mais puras do mundo, seriamente ameaçada. Caras-de-pau, fizeram uma palestra em D. Joaquim afirmando que preservam o meio ambiente.

Há muito, muito dinheiro em questão, compraram muitos políticos e autoridades (sérias????). Fizeram pontes de dinheiro para passar todo tipo de legislação. Conceição está sem prefeito há muito tempo. Para a instalação dos dutos montaram o projeto, burlando as leis de dois estados.

Como pode uma multinacional prejudicar tanta gente? Não mudou nada nesse país, desde que Cabral chegou por aqui.

A Serra do Cipó, reserva da biosfera está seriamente ameaçada e Belo Horizonte corre o risco de ficar sem água. Milhares de nascentes podem desaparecer, além da contaminação do lençol freático.

Na Serra da Piedade alguns padres conseguiram 4 milhões de assinaturas e expulsar esses bandidos.

V. Sa poderá acessar na internet diversas imagens e a mobilização de algumas entidades populares, bem como pareceres do Ministério Público de Minas Gerais.

Essa gente doou montanhas de dinheiro na última campanha eleitoral.

Depois de muita luta, conseguimos informação de alguns órgãos públicos dizendo que foram fornecidas licenças ambientais e estava tudo bem. Só não sabemos se essas licenças existem ou como foram conseguidas.

Em razão de possuirmos diversos parentes e amigos na região, não podemos fornecer nosso endereço.

Atenciosamente,

João F de O. Guimarães

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