No dia 27/08, o indígena Maurício Alves Feitosa, de 45 anos, foi atacado criminosamente. Ele foi espancado e teve o corpo queimado em Maracanaú (CE).
Maurício Feitosa dormia na vacaria na qual trabalhava, situada na aldeia Santo Antônio, dentro da Terra Indígena (TI) Pitaguary, quando foi emboscado por dois homens não identificados que incendiaram o local. Ao tentar sair do estabelecimento em chamas, o indígena do povo Pitaguary foi espancado com chutes e socos, sendo lançado de volta para o interior da vacaria em chamas. Maurício Feitosa ficou com queimaduras de segundo e terceiro graus concentradas nos braços, nas pernas e na região lombar. Até o fechamento desta matéria (08/09), o indígena estava internado no Instituto Doutor José Frota em Fortaleza, onde o seu quadro de saúde era estável.
Segundo nota de apoio ao povo Pitaguary assinada por 40 entidades e organizações, “todos os ataques cometidos contra o Povo Indígena Pitaguary estão relacionados a interesses de agentes externos que pretendem explorar os recursos naturais existentes no interior do território de ocupação tradicional, o que não é aceito por este Povo”.
Em março deste ano, Maurício Feitosa e sua irmã, Ceiça, importante liderança do povo Pitaguary, participaram da ocupação da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Fortaleza, onde protestaram contra os ataques do gerenciamento federal de Temer/PMDB contra os direitos indígenas.
Ceiça Pitaguary também foi alvo de ataques na TI Pitaguary em 2016, quando foi brutalmente golpeada com um facão, o que gerou lesões nos braços e na cabeça.
“A luta em defesa do meio ambiente tem colocado o Povo Pitaguary em riscos imensos, pois ele não permitirá a invasão para exploração do seu território sagrado. Continuará lutando pelas matas, as águas, os animais, a Natureza”, frisou a nota citada.