Os presos políticos mapuche, da prisão El Manzano de Concepción, publicaram um comunicado público em julho último, declarando o início de uma greve de fome “até às últimas consequências”.
Eles denunciam irregularidades nos processos político-judiciais contra os presos políticos e acusam ser objeto de “montagens midiáticas levadas a cabo pelo Ministério Público, através de fiscais antimapuche e grupos corruptos de policiais”.
No comunicado, os presos políticos mapuche declaram que só suspenderão a greve de fome quando o Estado chileno atender suas reivindicações que incluem: a não aplicação da lei antiterrorista e da Justiça Militar contra as causas mapuche, liberdade para todos os presos políticos mapuche, direito ao devido processo ou julgamento justo, a desmilitarização nas zonas mapuche, entre outras.
Solidariedade e luta dos familiares
Agência Adital de notícias
No dia 17 de agosto os familiares dos presos políticos em greve de fome fizeram uma marcha rumo ao Palácio do Governo para entregar uma carta ao gerente de turno chileno, Sebastián Piñera, e protestar contra a tentativa do governo de querer forçar a alimentação dos 33 presos políticos em greve de fome.
Os familiares denunciam ainda as tentativas das autoridades em deslegitimar a greve, e protestam contra a divulgação de uma fotomontagem de alimentos dentro de uma cela de grevistas em Temuco. Os familiares também exigiram esclarecimentos sobre a aparição de depoimentos de funcionários do Ministério Público chileno registrados em vídeo em que confessam ter recebido dinheiro para acusar os mapuche de crimes que não cometeram.
Rádio ocupada rompe o silêncio sobre greve de fome
Na manhã de 23 de agosto, representantes dos mapuche ocuparam as instalações da emissora de rádio Bio Bio, em Santiago, no Chile, com o objetivo de pedir o fim da censura dos meios de comunicação sobre o desenrolar da greve de fome dos presos políticos mapuche.
33 presos políticos mapuche persistem em combativa greve de fome há quase dois meses.