Colômbia: 50 anos de intervenção ianque

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Colômbia: 50 anos de intervenção ianque

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Ianque dá instrução militar a soldados colombianos

Neste ano de 2012 a intervenção do imperialismo ianque na Colômbia, com a ocupação de fato do território do país por militares do USA e a subordinação sistematizada das sucessivas gerências de Bogotá à ordens de Washington, está completando longos 50 anos. São cinco décadas de uma colonização em alto grau com graves consequências para o povo colombiano, em particular, e de alta lesividade para os povos sul-americanos em geral.

Um texto produzido pelo sindicato internacional Sinaltrainal para a conferência “Multinacionais, Violência, Liberdade Sindical e Democracia na Colômbia” se constitui em uma bela síntese da progressiva transformação da Colômbia em um verdadeiro enclave ianque no seio da América do Sul:

“A intervenção militar do USA na Colômbia constitui a maior guerra de contra-insurgência da história mundial recente. Ela começou quando o presidente John F. Kennedy criou em 1962 os “Boinas Verdes” e se intensificou no novo século com o programa militar de US$ 7 bilhões do presidente Clinton (Plano Colômbia) iniciado em 2001 e que hoje continua, com Obama, com o estabelecimento de sete novas bases militares. A guerra que o USA conduz na Colômbia já dura 50 anos. Dez presidentes estadunidenses, cinco democratas e cinco republicanos, liberais e conservadores, alternaram-se para levar adiante uma das mais brutais guerras de contra-insurgência jamais registradas na América Latina. No que tange aos assassinatos de civis, sindicalistas, ativistas de diretos humanos, de expulsão de camponeses, a oligarquia apoiada pelo USA detém a duvidosa distinção de figurar nos primeiros lugares da lista de governantes tiranos”.

Hoje, 50 anos depois dos “Boinas Verdes”, e após sucessivos pactos militares e de livre comércio assinados ao longo destas cinco décadas, pelo menos 13% da população colombiana sobrevive em condição de pobreza extrema. Nada menos do que a metade do povo trabalhador do país (a “população ativa”) padece no desemprego ou no subemprego, e entre quem está empregado, pelo menos 50% recebe menos do que o salário mínimo instituído, sendo que no setor primário (agricultura, pecuária e setor extrativista) a precariedade é ainda mais flagrante, com mais de 73% dos trabalhadores ganhando menos do que o salário mínimo da gerência Juan Manuel Santos (o equivalente a US$ 288,42).

Devastação sob a égide do USA

E a dobradinha entre Bogotá e Washington ainda apresentam ao povo colombiano a provocação de se “comemorar” o cinquentenário da intervenção.

Aconteceu em junho na Colômbia, mais precisamente no Forte de Tolemaida, a nona edição do Fuerzas Comando, a “olimpíada militar antiterrorismo”, que foi patrocinada pelo Comando Sul do USA. Segundo os organizadores desta verdadeira afronta ao povo de um país vendido aos ianques por suas elites parasitárias, trata-se de um “exercício militar de caráter esportivo, com o objetivo de fortalecer as relações entre os membros das Forças Armadas do continente americano, bem como compartilhar destrezas, técnicas e táticas na luta contra o terrorismo”.

O Comando Sul é o mesmo cujos oficiais admitiram recentemente que o USA planeja usar aviões não-tripulados para fins de espionagem na América do Sul, sempre sob o álibi do combate ao tráfico de drogas. São os “drones”, os aviões-robô usados no Afeganistão e no Paquistão para covardes chacinas levadas a cabo pelo céu, sempre sob o álibi do combate ao terrorismo. O Chefe do Estado Maior da Força Aérea do USA, general Norton Schwartz, disse que os “drones” são equipados com melhores sensores para “vislumbrar os criminosos que se escondem na selva amazônica”. Pois sim…

No país que recebe a “olimpíada militar antiterrorismo”, apresentada como uma “democracia modelo” pelo imperialismo, o perigo maior é justamente o sujeito ser tachado de “terrorista” se ousar levantar a voz e os punhos contra a devastação dos cinco milhões de camponeses expulsos de suas terras, três mil sindicalistas mortos e 175 mil assassinados por paramilitares, tudo sob a égide do USA.      

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