Companheira Remís, presente na luta!

Companheira Rémis, presente!

Companheira Remís, presente na luta!

A lutadora do povo Remís Carla estava desaparecida desde o dia 17 de dezembro do ano passado. Após 48 horas do seu desaparecimento, os familiares conseguiram registrar um Boletim de Ocorrência depois de muita persistência. A jovem de 24 anos foi vista pela última vez na casa de seu ex-namorado, Paulo César. No dia 23 do mesmo mês, o corpo de Remís foi encontrado enrolado em um lençol e enterrado em uma cova localizada a dez metros da casa de seu ex-namorado. Paulo César confessou tê-la assassinado.

Companheira Rémis, presente!

A jovem estudante revolucionária cursava o 10o período de pedagogia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), estava prestes a concluir sua graduação e já trabalhava na área de educação, conciliando com os estudos, caso comum entre os estudantes universitários do país.

Ela se lançou com firmeza na luta pela  destruição do sistema de exploração que assola os povos das nações oprimidas. Sua militância começou em 2012 quando conheceu o jornal A Nova Democracia no hall do Centro de Educação na UFPE. Foi membro do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), do Movimento Feminino Popular (MFP) e ativista do Coletivo Bagaço. Atuou com empenho na Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe).

‘Cadê Rémis?’

O caso Remís obteve grande repercussão popular graças a mobilização de familiares, amigos e companheiros da jovem, que almejavam logo encontrá-la. O velho Estado, durante toda investigação – que foi instaurada após muita insistência, a começar pela realização do registro de ocorrência do desaparecimento – teve uma postura negligente com a situação, de modo a colocar na vítima a culpa pelo seu próprio desaparecimento.

Companheira Rémis, homenage no Chile
Homenagens pelo mundo: Chile

Um mês antes de seu assassinato, Remís realizou uma queixa em uma delegacia da mulher denunciando as ameaças e agressões do ex-namorado. Entretanto, a polícia foi sarcástica com a militante, chegando a sugerir que ela teria forjado as marcas de agressão em seu braço com tinta de caneta.

Os companheiros da jovem estudante foram os que levantaram indícios de que o ex-namorado seria o assassino, após notarem o ferimento na mão esquerda de Paulo César e o tapume construído do lado de fora da casa, que tinha o fim de dificultar a visibilidade do local onde o corpo foi ocultado.

A intensa mobilização e organização popular por meio da campanha “Cadê Remís?”, que tomou grandes proporções, foi a responsável por revelar o ocorrido. Foi o resultado de todo o trabalho da campanha que conduziu até a denúncia anônima que revelou o local do corpo da militante.

Somente com a mobilização e organização do povo foi possível encontrar e conceder um enterro digno a essa militante revolucionária, superando o descaso da polícia e do velho Estado.

Homenagens

Cerca de 300 pessoas se reuniram no funeral de Remís, no dia 24 de dezembro, para prestar as devidas homenagens à honrosa e admirável companheira de luta no Cemitério Municipal de Paulista (PE). Diante de intensa campanha na busca por seu paradeiro amigos e companheiros tiveram enfim o direito de enterrar o corpo e despedir-se dignamente de Remís.

Companheira Rémis: homenagem na Alemanha
Homenagens pelo mundo: Alemanha

Após a cerimônia religiosa realizada pela família, a advogada Maria José do Amaral, que acompanha o caso e que participou ativamente na campanha “Cadê Remís?”, tomou a palavra denunciando os crimes que o velho Estado comete contra o povo pobre, como no caso de Remís. Maria Amaral afirmou que não foram as forças policiais do Estado que encontraram a jovem e sim as massas, perante vigorosa campanha realizada.

Em seguida, uma militante do MEPR e dirigente do ExNEPe, ressaltou o importante papel que essa mulher revolucionária cumpriu durante seu histórico de militância, afirmando que esta engajou-se com fervor em defesa da Revolução Agrária, dos direitos dos estudantes e da universidade pública e gratuita, sendo defensora convicta da ideologia do proletariado, do marxismo-leninismo-maoismo, compreendendo a necessidade do uso da violência revolucionária e da reconstituição do Partido Comunista em nosso país.

No fim de dezembro, o MFP e Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Norte de Minas e Sul da Bahia, publicaram pronunciamento conjunto como parte do repúdio ao crime e homenagem à decidida militante revolucionária. “Com muita indignação e ódio de classe, lamentamos profundamente a morte da companheira Remís”, afirmam.

“Repudiamos veementemente a atitude covarde de seu assassino e ex-namorado Paulo César e especialmente o que esta representa: continuidade e agravamento da violência particularmente brutal contra as mulheres pobres, por sua condição de classe e também como expressão do ódio dessa sociedade patriarcal que se volta de modo sistemático e por todas as formas contra as mulheres.”, aprofundam.

Os movimentos afirmam que esta violência brutal é perpetrada enquanto são promovidas as falsas propagandas difundidas pelo imperialismo sobre o “empoderamento feminino”. “A difusão e justificação de comportamentos sexuais, supostamente liberados, adornados pelos discursos de liberdade e ‘diversidade’, enquanto vivemos sob brutal repressão do sistema imperialista que só tem feito aumentar a exploração, a miséria e a opressão”, afirmam, e denunciam: “Esta propaganda é uma das formas de luta ideológica mais sofisticadas contra o proletariado e as massas trabalhadoras para dividi-las, desviá-las da luta de classes revolucionária como o único caminho verdadeiro e possível para a libertação dos trabalhadores e emancipação das mulheres”.

Companheira Rémis: homenagem em Pernambuco
Homenagens pelo mundo: Pernambuco

Segundo a LCP e MFP, as ditas “medidas protetivas” nada fazem além de exporem ainda mais as vítimas mulheres aos seus agressores. “Em muitos casos de violência não doméstica contra as mulheres, ninguém mais que o próprio Estado e as suas forças repressivas, como a PM, é a principal responsável por cometê-la”, ressaltam.

“Por todas estas determinações, a emancipação das mulheres só será conquistada com a libertação de toda a classe explorada através da revolução, com a destruição das três montanhas que exploram e oprimem nosso povo e subjugam a Nação: a semifeudalidade (latifúndio), o capitalismo burocrático (grande burguesia) e o imperialismo, principalmente ianque (norte-americano), e da quarta montanha que oprime as mulheres: a opressão sexual.”, apontam.

“Daí que corresponde à luta das mulheres um movimento feminino revolucionário, como parte do programa e da luta do proletariado e massas populares pelo Poder. O verdadeiro poder das mulheres será o Novo Poder, construído pela Revolução de Nova Democracia, agrária e anti-imperialista, ininterrupta ao socialismo, e que começa desde já pela Revolução Agrária em curso no país.”.

“A companheira Remís está presente na luta! Lutou por sua liberdade, por sua vida, para dedicá-la à causa de libertação de nosso povo, e por isso reafirmamos que a sua morte nos pesa muito e que no futuro, vingaremos todas as Remís espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, através de uma Grande Revolução!”, concluem.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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