Complexo do Alemão: Ágatha Félix, de 8 anos, é morta por policiais

Complexo do Alemão: Ágatha Félix, de 8 anos, é morta por policiais

Na madrugada de 21 de setembro, a menina Ágatha Félix, de apenas 8 anos, morreu após ser baleada na favela Fazendinha, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. Segundo denúncias de moradores, a Polícia Militar (PM) é responsável pelo assassinato.

Testemunhas afirmam que Agatha estava numa Kombi a caminho de sua casa quando foi atingida por um tiro que foi disparado por um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O PM teria desconfiado de um homem numa moto e disparou, acertando a criança, que chegou a ser levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu e veio a falecer.

“Quem tem que dar informações é quem deu o tiro nela. Matou uma inocente, uma garota inteligente, estudiosa, obediente, de futuro. Cadê os policiais que fizeram isso? A voz deles é a arma. Não é a família do governador ou do prefeito ou dos policiais que estão chorando, é a minha. Amanhã eles vão pedir desculpas, mas isso não vai trazer minha neta de volta”, disse o avô de Agatha, Ailton Félix, na porta do hospital, segundo a revista Forum.

A comunidade fez um ato para protestar contra mais uma morte de inocente vitimada pela guerra civil reacionária [ver página 14].

Outros assassinatos

No Alemão, dias antes da morte de Ágatha, em 18/09, uma grande operação de guerra foi realizada, na qual foram mortos pelo menos cinco moradores e sete ficaram feridos. Um dos moradores, Wellens dos Santos, trabalhador de apenas 18 anos, foi morto à facada.

O jovem trabalhava como mototaxista (trabalho comum nas favelas cariocas). Ele foi baleado no tornozelo e depois esfaqueado de forma brutal durante a operação. Parentes do rapaz o levaram num carrinho de mão para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Itararé, mas Wellens não resistiu e morreu.

Segundo uma mulher que o acompanhava na UPA, em entrevista ao Extra: “Isso é coisa dos policiais. Não é só porque moramos em comunidades que devemos ser tratados assim. A gente mora aqui porque precisa!”.

A operação iniciou-se com grandes tiroteios desde às 6h da manhã. Segundo moradores, policiais foram responsáveis por destruição de casas, agressão e abuso a moradores e outras ocorrências típicas. Com helicópteros, os militares metralharam toda a comunidade.

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