Neste 21 de abril completaram-se 227 anos da heroica Conjuração Mineira de 1789. O movimento de caráter popular-revolucionário com o propósito de libertar o Brasil do jugo colonial teve como líder inconteste Joaquim José da Silva Xavier, o alferes Tiradentes.
A Conjuração Mineira foi uma das primeiras elaborações autênticas do pensamento e da ação do povo brasileiro, o que fica expresso em seu Programa de Governo, elaborado pelos conjurados, que propunha: a independência nacional; liberdade para o povo se instruir e divulgar suas ideias, produzir e comercializar segundo suas necessidades; o estabelecimento de uma República Federativa; o fim da opressão e a passagem às mãos do Estado dos postos de mando da economia nacional; o desenvolvimento do progresso e da cultura; a industrialização do país; o direito da população se armar e defender seu país, além de garantias econômicas e sociais.
O padre Toledo, um dos proeminentes líderes Conjurados, destacou em seus depoimentos que os escravos seriam libertados para que engrossassem a revolução. Sob o novo regime, todos os cartórios seriam queimados, todas as terras e o dinheiro da coroa portuguesa seriam confiscados e colocados a serviço do desenvolvimento nacional. Era fatal o cancelamento da enorme dívida que Portugal insistia em cobrar através da derrama.
Mas o ainda nascente movimento foi traído, delatado por Silvério dos Reis, que conhecia os planos de sublevações. Em 10 de maio de 1789, Tiradentes e outros dirigentes Conjurados foram presos.
A raivosa e sanguinária sentença condenou o líder revolucionário Tiradentes à morte na forca e esquartejamento de seu corpo. Heroica e honradamente, Tiradentes assumiu a responsabilidade principal por todo o plano de Rebelião, comportando-se com notável bravura até a execução de sua sentença, em 21 de abril de 1792. Desafiando seus carrascos, ciente do inevitável triunfo do povo sobre a opressão, antes de morrer Tiradentes declarou: “Dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria”.
A destemida e generosa sentença de Tiradentes ainda ecoa por todos os rincões deste Brasil e foi a senha para levantes e rebeliões dos oprimidos ao longo de toda nossa história.