Crise geral: luta dos povos contra as medidas antipovo

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Crise geral: luta dos povos contra as medidas antipovo

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Operários marcham mais de 300km contra o desemprego

O proletariado europeu não para de protagonizar retumbantes ações de classe contra o arrocho generalizado requisitado pelo FMI e pela União Europeia e implementado com truculência e sem pudores pelas administrações dos Estados em agonia por causa da crise geral do imperialismo. No mês de abril, em meio a greves, protestos e escaramuças nos mais diversos países, chamou a atenção particularmente a marcha de operários franceses que percorreram 350 quilômetros da cidade de Florange até Paris para protestar contra o desemprego.

No mês de abril, a gerência da Espanha anunciou medidas antipovo especialmente draconianas. Tais medidas vão se somar a outras tantas adotadas pelo Estado espanhol em detrimento das massas trabalhadoras do país desde que a crise geral o atingiu em cheio na forma de “crise da dívida” e os monopólios das potências da União Europeia começaram a exigir mais e mais arrochos em nome da “estabilidade” do bloco.

Para se ter uma ideia, o governo de Mariano Rajoy anunciou um corte de nada menos do que 27 bilhões de euros no orçamento espanhol para 2012, usando de medidas que até mesmo o monopólio internacional da imprensa burguesa classificou como “de extremo rigor”.

Na semana seguinte, Rajoy voltou à carga e anunciou um corte “suplementar” de 10 bilhões na saúde e na educação.

O povo espanhol, entretanto, não baixa a cabeça mesmo diante de tanta adversidade. Em Barcelona e Madrid as escaramuças entre o povo rebelde e as forças de repressão do Estado têm sido constantes e foram particularmente violentas nas vésperas do anúncio do infame orçamento de Rajoy.

Durante a greve geral do fim de março, foram vários os episódios de enfrentamento entre as massas insubordinadas e as forças policiais da Espanha, resultando em 176 pessoas presas e 104 pessoas feridas (58 policiais e 46 manifestantes ou grevistas), segundo os dados oficiais.

Em Bruxelas, na Bélgica, 483 pessoas foram presas quando protestavam contra a ocupação imperialista do Afeganistão na frente da sede da Otan. No USA, a administração Obama responde tanto à crise quanto aos protestos bem à moda ianque: com prisões. Na cidade de São Francisco, no início de abril, as forças de repressão prenderam 80 manifestantes do movimento “Ocupem” de uma só vez. Por outro lado, uma grande operação da polícia prendeu mais de três mil imigrantes “ilegais” em todo o território estadunidense.

Aumento automático da idade para se aposentar

No dia 10 de abril, durante a divulgação do capítulo do Relatório sobre a Estabilidade Financeira Global do FMI sobre o “os impactos financeiros do aumento da longevidade”, um alto funcionário do fundo deu o tom da requisição que está por vir às administrações dos países imperialistas e às gerências das semicolônias para a criação de uma espécie de “gatilho” para o aumento automático da idade para se aposentar, a fim de que os chefes e gerentes dos Estados mundo afora não precisem enfrentar o que os tecnocratas do FMI chamam de “dificuldades” para a aprovação de sucessivas, indefinidas e infinitas reformas da previdência, até que o limite da cassação definitiva do direito de se aposentar, para regozijo dos monopólios agonizantes.

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Bruxelas: presos manifestantes contrários à ocupação do Afeganistão

É isso o que se pode apreender quando o vice-diretor da Divisão de Estabilidade Financeira do FMI, Erik Oppers, diz o seguinte:

“Não basta aumentar a idade uma vez e ficarmos por isso. É um processo dinâmico: as pessoas continuam a viver mais, cada vez mais. Não se trata apenas de aumentar a idade uma vez, é preciso continuar aumentando. Isso pode ser um processo difícil do ponto de vista político, mas se houver uma regra que institua uma mudança automática proporcionalmente à longevidade, (os políticos) não teriam de revisitar o tema.”

E o tal relatório, aquele sobre a “estabilidade financeira global”, algo que os capitalistas buscam, buscam, e não conseguem alcançar, capricha na parte previdenciária da profilaxia dos inimigos dos povos para a crise geral que os atormenta:

“Compensar os efeitos dos riscos da longevidade requer uma combinação de elevação na idade da aposentadoria (seja estatutária, seja voluntária); maiores contribuições para planos de aposentadoria e uma redução dos benefícios pagos.”

A verborragia antipovo do alto funcionário do FMI foi proferida menos de uma semana depois do dramático suicídio de um aposentado na frente do parlamento da Grécia, em protesto contra os draconianos arrochos que vêm sendo implementados naquele país (ver matéria nesta edição de AND). Constituem, assim, verdadeiro escárnio e inaceitável provocação que precisa ser respondida com violência revolucionária e incessante rebelião.

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