Manifestação contra o G8 na França
A crise geral de superprodução que acossa os monopólios e os Estados imperialistas segue carcomendo o sistema capitalista mundial em todos os seus aspectos, e os poderosos seguem tentando sustentá-lo a custa do sangue e do suor dos povos trabalhadores de todo o mundo. Em meados de maio, a administração do USA atingiu o teto estipulado por lei para o endividamento do Estado: US$ 14,3 trilhões. O secretário ianque do Tesouro, Timothy Geithner, apressou-se em implorar ao Congresso autorização para contrair mais dívidas e os magnatas que ocupam as cadeiras de senadores e deputados em Washington aproveitaram para exigir como contrapartida mais cortes nas verbas para os serviços públicos, além daqueles já anunciados por Obama.
Na Europa, a crise geral também continua se aprofundando, com seus efeitos sendo mais visíveis nos elos mais fracos da União Europeia. Na Espanha, o desemprego segue batendo todos os recordes e já castiga 21,29% da chamada população ativa, o que significa um total de 4,91 milhões de pessoas sem trabalho. Nada menos do que 1,386 milhão de famílias espanholas encontram-se, atualmente, com todos os seus membros desempregados. Desde que a crise explodiu com força no país em 2008, 2,3 milhões de postos de trabalho já desapareceram. O desemprego entre trabalhadores com até 25 anos de idade já atinge o alarmante índice de 45%!
Na França, o governo Sarkozy anunciou a demissão de quase 10 mil professores. No Reino Unido, a economia está estagnada, a inflação disparou e, só em abril, foram extintos 12,5 mil postos de trabalho.
No início de maio, o FMI – ainda sob a direção de Dominique Strauss-Kahn, cujo ataque a uma trabalhadora de um hotel no USA encerrou sua carreira de reiterados ataques a todos a trabalhadores de todo o mundo – fez novas requisições às gerências das semicolônias da América Latina: mais cortes de gastos públicos e aumento dos juros. Ou seja, é a receita ideal para que o capital financeiro-especulativo siga encontrando aqui o seu eldorado, o seu porto seguro em tempos de agonia.
‘Parece democracia, mas não é’
No dia 11 de maio, milhares de trabalhadores gregos saíram às ruas das maiores cidades do país para participarem de mais uma grande greve geral – a segunda do ano e a nona desde que a crise explodiu o paiol das finanças locais, no primeiro semestre de 2010 – contra as demissões em massa, os arrochos salariais, a depredação de direitos trabalhistas, os aumentos de impostos, as privatizações, os cortes de gastos públicos com saúde e educação e tudo mais que o FMI e os banqueiros da Europa do capital exigem da gerência “socialista” de Atenas como garantia para a rolagem dos seus empréstimos para o Estado grego. Os grevistas denunciaram que, depois de um ano de “ajuda internacional”, a situação do povo está ainda pior e avisaram que as massas não irão tolerar um novo pacote de medidas draconianas que o governo já estaria alinhavando com os interventores por debaixo dos panos.
No USA, milhares de professores, funcionários públicos, imigrantes e estudantes saíram às ruas nos estados de Nova York e da Califórnia para protestarem contra as medidas de austeridade anunciadas no âmbito federal e nas esferas estaduais para tentar salvar o Estado ianque ora à beira de um colapso financeiro. Na frança, milhares de manifestantes rumaram para a cidade de Le Havre, na Normandia, para protestarem contra os chefes do G8 (USA, Alemanha, Rússia, França, Grã-Bretanha, Itália, Canadá e Japão), que se reuniram naquelas bandas para arquitetarem medidas para explorar e oprimir ainda mais as semicolônias do mundo.
Na Espanha, milhares de jovens ocuparam praças nos centros de Madri e Barcelona armados com uma consciência política cada vez mais apurada. Protestando, sim, contra o desemprego e os cortes de verbas públicas para a saúde e a educação, mas também gritando palavras de ordem e erguendo faixas e cartazes com dizeres como “vocês não nos representam”, dirigidos às facções políticas que participaram de mais uma farsa eleitoral, e “parece democracia, mas não é”, denunciando que o sufragismo festeiro da burguesia não interessa; interessa é a verdadeira democracia popular!