Cumplicidade da imprensa monopolizada com pistolagem é defesa do latifúndio assassino

Cumplicidade da imprensa monopolizada com pistolagem é defesa do latifúndio assassino

A liberdade de imprensa é defendida pelos monopólios de comunicação para lhes assegurar o “direito” de desinformar, caluniar, deturpar e esconder os fatos que contrariam os inconfessáveis interesses de seus patrocinadores e anunciantes.

Uma piscadela de olho nos jornalões e, principalmente, nas emissoras de TV é suficiente para provar diariamente o caráter de classe deste tipo de imprensa. Até quando o povo é a vítima esta imprensa o coloca como culpado: quando explodem escândalos de corrupção de forma que não se pode mais esconder determinadas falcatruas dos políticos, botam a culpa no povo porque votou nos safados; quando a enchente leva os móveis e até destrói a casa, a culpa é do povo porque foi morar na encosta ou na beira do rio; quando a polícia expulsa trabalhadores de uma área utilizada para morar ou produzir, a culpa é do povo porque “invadiu a propriedade” do “honrado” burguês ou do “empreendedor” latifundiário; quando uma criança, um jovem, estudante ou trabalhador é baleado numa favela, ele ou não tem nome nem família ou “tem passagem na polícia”, ou é um “traficante”, ou no mínimo uma vítima de bala perdida; e por aí vai nas reportagens chorumelas sobre como subir na vida, sobre o Brasil que deu certo, sobre o espírito empreendedor, etc.

Quem cala sobre teu corpo

O gerenciamento Dilma Rousseff tem sido tristemente destacado, dentre outras coisas, por ser, nos últimos trinta anos, o que menos assentou camponeses pobres e um dos que mais assistiu ao assassinato de camponeses pelas mãos do latifúndio e das forças policiais do velho Estado.

Ao fazer sua opção preferencial pelo latifúndio, travestido em agronegócio, contribuindo para o aumento da concentração da terra, no mais nefasto conluio com o que existe de mais atrasado na sociedade brasileira, o gerenciamento petista torna-se não só conivente, mas parceiro de todas as atrocidades que vêm sendo praticadas pelos capangas dos latifundiários, muitas vezes em ações combinadas com as ações de agentes de segurança do Estado, principalmente das polícias militares, da força nacional, com a cobertura da polícia federal e do exército, e o total suporte político dos gerentes estaduais petistas ou seus aliados.

Consente na tua morte

Em relatório recentemente divulgado sobre os assassinatos no campo, no ano de 2015, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta o aumento destes crimes em todo o país e destaca o estado de Rondônia com o maior número de assassinatos. Para quem acompanha de perto a luta pela terra naquele estado, essa informação não é de se estranhar, uma vez que, segundo denúncia da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), o conluio entre latifundiários, gerenciamento estadual, o comando da PM e o monopólio de imprensa local atua no sentido de criminalizar a luta pela terra e, mais que isso, dar cobertura oficial aos grupos de extermínio a soldo do latifúndio, sem que haja qualquer apuração dos crimes para indicar os executores e os mandantes. Na verdade, o povo oprimido pelo Estado policial-latifundiário sabe muito bem quando ocorre um assassinato, quem foi o mandante e sua corja de pistoleiros, muitos deles policiais em dupla jornada.

Exemplos são muitos, mas destacaremos os ocorridos já neste início de ano de 2016:

a) Lucas Costa da Silva, de 24 anos, desapareceu na virada do ano e, no dia 2 de janeiro, os moradores do acampamento Luiz Carlos, em Montenegro, Rondônia, receberam a confirmação de sua morte. b) Nilce Souza Magalhães, 58 anos, mais conhecida como Nicinha, mãe de três filhos e avó de quatro netos, pescadora e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em Rondônia, desapareceu no dia 7 de janeiro. c) Enilson Ribeiro dos Santos e Valdiro Chagas de Moura foram brutalmente assassinados a tiros e esmagamento de crânio com pedra em pleno dia no centro da cidade de Jaru, RO. Os dois jovens trabalhadores e pais de família eram lideranças da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) no Acampamento Paulo Justino. Quatro camponeses assassinados só no mês de janeiro, 3 destes na mesma zona rural.

Agora, caro leitor, procure nos sites desta apodrecida imprensa sensacionalista e monopolizada para ver se encontra alguma referência a estes crimes. Verifique nas delegacias o andamento dos inquéritos e veja se estão arrolados como mandantes os nomes que o povo grita na hora dos enterros destes lutadores.

Temos ou não temos razão quando denunciamos o conluio e o silêncio dos monopólios de comunicação? Temos ou não temos razão quando denunciamos o caráter de classe da imprensa e que a tão propalada neutralidade jornalística é pura mentira?

Não existe outra saída: para liquidar o monopólio de comunicação, só quando a Revolução Agrária e Anti-imperialista liquidar com o latifúndio, a grande burguesia e cortar as pesadas correntes do imperialismo sobre a nação brasileira. A Revolução de Nova Democracia, além de nova política, nova economia e nova cultura assegurará, também, a hegemonia da imprensa democrática e popular.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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