A origem do 8 de março
Na II Conferência de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague (Dinamarca) em agosto de 1910, a destacada dirigente comunista Clara Zetkin (foto), do Partido Social Democrata (Comunista) Alemão, propôs que se determinasse uma data a ser celebrada como o dia internacional de luta das mulheres trabalhadoras em todo o mundo.
No turbulento ano de 1917, Petrogrado, capital da Rússia, era assolada pela fome e pelas dificuldades da guerra. No dia 8 de março, uma grande mobilização de mulheres se desdobra em uma grande onda de greves e protestos populares.
Assim, após a Revolução Bolchevique, em outubro de 1917, unificou-se a data de 8 de março para celebrar o Dia Internacional da Mulher Proletária.
A celebração desta data é uma das mais fortes tradições do movimento popular e revolucionário em todo mundo e é um dos mais importantes símbolos da luta de libertação do proletariado, em particular da luta das mulheres das classes trabalhadoras e populares. É um dia marcado por reuniões, atos e protestos vanguardeados por lutadoras do povo em todos os países.
138 anos da Comuna de Paris
No dia 18 de março de 1871 deflagrou-se a primeira Revolução Proletária do mundo. O troar dos canhões anunciou aos povos do mundo a primeira experiência da ditadura do proletariado. Em toda Paris ecoava: "Viva a Comuna!".
A Comuna de Paris viveu apenas setenta e dois dias. Nesse curto espaço de tempo, varreu os escombros do velho poder. A reação da burguesia se desatou sob a forma de uma vingança sangrenta. Uma luta desigual, encarniçada, terrível, travou-se nas ruas da cidade e foi aí que o heroísmo da classe operária manifestou-se em toda a sua grandeza. Marx sentia uma admiração sem limites pelo heroísmo com que os comunardos "tomavam o céu de assalto".
A Comuna exerceu uma grande influência na luta da classe operária em todo o mundo. "Ela — disse Lênin — deu impulso ao movimento socialista em toda a Europa, mostrou a força da guerra civil… A Comuna ensinou o proletariado europeu a colocar de maneira concreta as tarefas da Revolução Socialista".
A Comuna prestou, com sua experiência, uma grande contribuição à luta revolucionária do proletariado. Demonstrou a necessidade de romper a velha máquina do Estado, evidenciou na prática a necessidade da ditadura do proletariado. Também pôs de manifesto, com toda a sua força, a necessidade da aliança dos operários com os camponeses. Demonstrou que, somente sob a direção de um partido autenticamente revolucionário, o proletariado poderá triunfar sobre seus inimigos.
87 anos da fundação do P.C.B.
Nos dias 25, 26 e 27 de março de 1922 o proletariado brasileiro deu o primeiro grande passo rumo à sua organização como classe: nove delegados, representando 50 membros, reuniram-se em congresso e fundaram o Partido Comunista do Brasil, então designado PC-SBIC (Partido Comunista — Seção Brasileira da Internacional Comunista).
Surgido das lutas do nascente proletariado brasileiro e sob a influência da Revolução Bolchevique, o Partido Comunista foi fundado por quadros ainda advindos das correntes do anarco-sindicalismo. Quase imediatamente admitido na Internacional Comunista, o PC passou a percorrer um longo e tortuoso caminho para se forjar como organização de vanguarda do proletariado.
Pode-se dividir esta história em três períodos: o primeiro vai da fundação até a década de 30, é a "infância" do Partido; o segundo percorre as décadas de 30 até o final dos anos 50, período marcado por ziguezagues político-ideológicos, culminando com a consolidação do revisionismo; e o terceiro, que se inicia na década de 60, é caracterizado pela luta contra o revisionismo e se acha em curso.
65 anos de Manoel Lisboa
No dia 21 de fevereiro completaram-se 65 anos do nascimento do dirigente comunista alagoano Manoel Lisboa de Moura. Ele foi um destacado líder estudantil, organizou lutas combativas nas escolas e universidades de Alagoas. Aos 16 anos iniciou sua militância na Juventude Comunista e pouco depois ingressou no Partido Comunista do Brasil — P.C.B. Participou do processo de Reconstrução do Partido Comunista do Brasil — PCdoB — em 62 e manteve-se em posição de combate irreconciliável contra o revisionismo e o oportunismo. Em fevereiro de 1966, juntamente com Amaro Luís Carvalho (Capivara), Emanuel Bezerra e outros dirigentes, fundou o Partido Comunista Revolucionário (PCR).
Manoel Lisboa esforçou-se por compreender a fundo a Revolução Brasileira e suas contradições principais. Deixou importante contribuição teórica ao processo revolucionário, concentrada principalmente na Carta de 12 pontos aos comunistas revolucionários afirmando que "O cerne da estratégia do proletariado e de seu Partido é o desenvolvimento da guerra popular através da guerra de guerrilhas".
Manoel Lisboa foi assassinado aos 29 anos no dia 4 de setembro de 73 pelos gorilas do gerenciamento militar-fascista juntamente com dois outros dirigentes do PCR, Emanuel Bezerra e Manoel Aleixo, o "Ventania". Manoel Lisboa foi preso em uma praça no centro de Recife quando dava assistência a uma operária. Conta-se que foi brutalmente torturado pelo famigerado delegado Fleury e que nenhuma das sevícias foi capaz de dobrar a decisão revolucionária deste grande comunista.