Desemprego apavora estadunidenses

Desemprego apavora estadunidenses


Boa parte da população americana vive em barracas, trailers e automóveis

Todos os desmandos da política social e econômica do imperialismo imposto pelos ianques, principalmente sobre os países que se tornaram seus aliados e/ou dependentes, acabaram se refletindo diretamente no seu próprio povo, que terminou sendo vítima dos problemas que cria pelo mundo.

Durante uma grande parte do século passado, graças a uma sistemática e eficiente máquina propagandística, a comunicação e a imprensa ianque não só conseguiu esconder as políticas de guerra infinita aos povos e rapinagem imperialista, como também conseguiu despertar nos países pobres e dependentes a ilusão de também poderem viver um dia o sonho do American way of life, que era o falso retrato da opulência e riqueza do sistema capitalista.

Como não poderia deixar de ser, todo o acúmulo de exploração e saque praticado pelos ianques provocou nas últimas três décadas aquilo que já era previsto por economistas e cientistas políticos: o começo da ruína do império capitalista, cujo processo, ao contrário do que pensa muita gente — principalmente os mal-informados — ainda está longe de terminar, e permitir algum tipo de normalização do país que foi um dia o berço e glória da ilusão capitalista.

A chamada “globalização da economia” permitiu uma contaminação em todo o mundo, graças ao “vírus” espalhado pela diabólica política ianque, da qual ninguém saiu ileso, graças ao sistema mundial de dominação imperialista.

Mas quem está mesmo pagando a pesada conta da crise é o próprio povo do USA, que está começando a despertar do sonho (para eles) maravilhoso do consumismo para a dura realidade do desemprego, do grave problema da moradia (cerca de 1 milhão de casas retomadas por inadimplência e boa parte da população vivendo em barracas, trailers e automóveis), do ensino e da saúde pública, da imigração, das intermináveis guerras de ocupação (sem as quais a indústria bélica não sobreviveria e o país afundaria ainda mais rápido) que estão consumindo as já escassas verbas, que ainda existem porquê não acabou o estoque de papel e tinta para imprimir dinheiro, cujo lastro em ouro já não existe há muito tempo e seu valor fatalmente vai despencar e passará a valer exatamente o que vale papel pintado: nada!

Se o dólar ainda é a moeda que rege a economia mundial é porquê foi adotado nas transações internacionais graças a política de imposições de força militar e econômica praticada pelos ianques depois da II Guerra Mundial através do célebre acordo de Breton Woods. O que ainda está conseguindo segurar a posição do dólar na economia mundial é o fato da China estar com seus cofres abarrotados deles, conseguidos quando os ianques nadavam em maré favorável e tinham a certeza de não precisar pensar mais na produção de bens de consumo, ficando na perigosa dependência de comprar praticamente tudo nos países orientais, nos quais a mão de obra custava quase nada em relação ao custo da indústria ianque.

O sinal mais evidente dentro da interminável crise dentro do país é o índice do desemprego, em que pese o esforço da mídia em minimizar a gravidade da situação com notícias de uma suposta onda de recuperação de empregos nos últimos meses. A verdade é que ainda em dezembro último, diante do fechamento de 85 mil postos de trabalho, o presidente Barack Obama não conseguiu deixar de dizer que as notícias do desemprego são desalentadoras, com alguns dos mais conceituados jornais classificando a situação como “devastadora”, ante o número até absurdo que aponta atualmente 31 milhões de desempregados (o equivalente ao total da população da Argentina) e significando que de cada 3 pessoas da atividade produtiva, 1 está desempregada.

Os números de dezembro, segundo o Escritório de Estatística Trabalhista, são muito maiores que os projetados pelos analistas da Casa Branca, com tendência a um acelerado aumento se a situação continuar persistindo.

Diante da fragilidade do mercado ianque, que está apontando um crescimento de apenas 0,5% ou um pouco mais, não passando de 1,3% para este ano, mostram os dados do próprio governo que a situação atual na área dos empregos é a pior dos últimos 25 anos, com sinais evidentes de piora até o final de 2010.

Com as previsões oficiais de que a recessão não dá sinais de amenizar, um novo fenômeno começa a preocupar o governo. Trata-se de milhões de desempregados que já “jogaram a toalha” como diz a imprensa, e desistiram de buscar emprego, os quais as estatísticas não têm como contabilizar e certamente vão criar uma perigosa casta de marginalizados, que ainda não passa fome enquanto podem se valer dos cupons de alimentação fornecidos pelo governo, não se sabe até quando.

Tudo isso vem confirmar uma verdade (das poucas) ditas pelo presidente Obama de que “o país não estará recuperado até que todos os desempregados voltem ao trabalho”.

Mas a consultora da Casa Branca, a economista Christina Romer, diz que a taxa de desemprego vai subir mais ainda e uma melhora aparente não vai tirar o país da recessão, afirmando sombriamente que “haverá ainda muitos solavancos na estrada que vem a frente”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: