Desemprego e subemprego: contradições se acirram em meio a crise geral

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Desemprego e subemprego: contradições se acirram em meio a crise geral

http://jornalzo.com.br/and/wp-content/uploads/https://anovademocracia.com.br/95/13c.jpgO acirramento das contradições do capitalismo no momento em que a crise geral dos monopólios corrói inexoravelmente o sistema de exploração do homem pelo homem é um contexto crucial para as lutas autênticas pela emancipação do proletariado. Não um momento para acordos com o Estado e a burguesia, como vêm fazendo os grandes pelegos, aceitando reduções salariais e até defendendo reduções fiscais para as empresas como forma de “manter os empregos”, não obstante o fato de o índice de desempregados e subempregados seguir aumentando, aumentando e aumentando, assinando embaixo inclusive novas rodadas de dilapidação dos direitos historicamente conquistados pelas classes trabalhadoras.

O momento é, isto sim, de preparação para o acirramento também da luta de classes e, neste cenário, a informação sobre o que os capitalistas chamam de “mercado de trabalho” deve se constituir em arma para o processo revolucionário em curso.

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, a OIT, mostrou que os contratos temporários de trabalho, nuance da precarização, já representam cerca da metade do emprego entre os jovens em todo o mundo.

O mesmo estudo da OIT apontou que uma outra modalidade do trabalho precário, o emprego em part-time (meio período), cresceu 10% em cinco países da Europa (Itália, Luxemburgo, Polônia, Portugal e Eslovênia) e 11,8% na Espanha entre o segundo trimestre de 2008 e o ano de 2011. Na Irlanda, onde o gerenciamento local diz que a crise está controlada, esse tipo de trabalho entre os jovens disparou para inacreditáveis 20,7 % no mesmo período.

Em Portugal, o número de casais desempregados, companheiro e companheira sem ter de onde tirar sustento da família, quase duplicou em julho em relação ao mesmo mês de 2011, acrescentando mais um elemento dramático à situação do mundo do trabalho em uma nação falida, arrasada em meio à crise geral do capitalismo.

No Brasil, a ameaça da demissão que paira sobre os trabalhadores destituídos de seus direitos e garantias levou a um crescimento de nada menos do que 174% da contratação de seguros contra o desemprego no primeiro semestre de 2011, para a festa dos banqueiros.

Desemprego real na Alemanha é três vezes maior

Na Alemanha, um estudo um pouco (apenas um pouco) mais rigoroso do que o habitual sobre o desemprego produziu números que se aproximam da real situação das classes trabalhadoras do país, para além das estatísticas mascaradas que são fabricadas tendo como substrato os cadastros dos centros de procura de emprego.

O estudo, divulgado no último dia 15 de agosto pelo Escritório Federal de Estatística da Alemanha (Destatis), concluiu que o índice de desempregados no país vai além, muito além dos 2,5 milhões de desempregados que “procuram emprego ativamente”, como dava conta a versão alemã do sempre fictício índice de “desemprego oficial”.

Na verdade, existem hoje na prática 7,5 milhões de alemães procurando um trabalho. Além dos 2,5 milhões da conta até então oficial, há mais 3,7 milhões de trabalhadores que precisam de um segundo emprego para ganhar o suficiente para suprir suas necessidades e outros cerca de 1,2 milhão classificados como “reserva silenciosa”, nome dado a quem não procura “ativamente” (desesperadamente?) outro emprego, mas aceitaria tê-lo.

Entre os 3,7 milhões de alemães que estão precisando de outro emprego, 1,7 milhão já trabalha em tempo integral.

Essa real situação dos trabalhadores na Alemanha, a da precariedade do emprego como regra, tem origem, como bem destacou o jornal português ‘Avante!’, nas reformas trabalhistas levadas a cabo pelo “governo” alemão que se auto-arvorava “social democrata” do ex-chanceler Gerhard Schröder, que administrou o capitalismo na Alemanha entre os anos de 2003 e 2005, e que se destinavam, supostamente, a “dinamizar o mercado de trabalho”.

Um exemplo é a implementação na Alemanha dos chamados “minijobs”, ou “miniempregos”, uma infâmia com salário máximo de 400 euros e jornada de trabalho com limite de 40 horas semanais, estratagema que não ajudou ninguém, a não ser o próprio Estado alemão, que até há pouco conseguia manter de pé, com a ajuda das estatísticas deturpadas sobre o desemprego (um em cada cinco postos de trabalho hoje na Alemanha é um “minijob”), o disfarce de “economia sólida” em meio à crise geral, que não poupa um capitalista sequer na face da Terra.

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