Operários ocupam o metrô de Atenas. 25/02/13
Com o capitalismo europeu em franca deterioração no contexto da crise internacional do capital monopolista, ou seja, com fábricas caindo feito castelos de cartas do Atlântico à Rússia, do Mediterrâneo ao Mar do Norte, com as perspectivas de frear o aumento do desemprego se perdendo no horizonte e com a recessão assombrando mesmo os Estados burgueses da Europa mais seguros de si, resta aos artífices da Europa do capital defender com todas as armas as medidas antipovo que prolongam sua agonia, garantindo-lhe algumas bolhas de ar.
Um dos episódios mais flagrantes desta lógica e deste contexto aconteceu na Grécia no último dia 30 de janeiro, cinco dias depois que a polícia invadiu o metrô de Atenas, ocupado por grevistas. Naquela data, as forças de repressão a serviço não apenas do gerenciamento antipovo de Antonis Samaras, mas sobretudo da “Troika” (FMI, Banco Central Europeu e União Europeia), que é quem redige a cartilha do arrocho sem fim e do fascismo generalizado na Europa, reprimiu ferozmente uma manifestação no centro de Atenas contra a possibilidade de uma contrarreforma (mais uma) da Previdência Social grega.
Depois que o ministro grego da Previdência, IánnisVrutsis, provocou o povo e insultou as lutas históricas do proletariado dizendo que o sistema de Segurança Social é o resultado de “uma mentalidade clientelista”, um grupo de trabalhadores ocupou uma parte do prédio do Ministério do Trabalho exigindo explicações dos “governantes” gregos.
Pois estes “governantes”, além de se escusarem a explicar o insulto e a ameaça de mais cortes de direitos historicamente conquistados pelas lutas das massas, mandou ao prédio parcialmente ocupado a unidade de “choque” da sua polícia política, que já chegou ao local agredindo os manifestantes com cassetetes, gás lacrimogêneo e gás de pimenta. Rapidamente os corajosos trabalhadores que enfrentavam a polícia dentro das instalações do Ministério do Trabalho receberam a solidariedade de centenas de pessoas que se aglomeraram do lado de fora do prédio.
“Internacional Socialista”…
Polícia reprime manifestação contra a ‘troika’. Atenas 30/01/13
O “choque” de Samaras e da “Troika”, entretanto, também investiu contra a multidão, em uma operação repressiva de larga envergadura que terminou com nove trabalhadores feridos e 35 presos. Os populares rapidamente rumaram ao posto policial para onde os detidos foram levados. De punhos em riste a massa entoou o coro: “libertem os trabalhadores, eles não são terroristas. Nós queremos trabalho”.
No dia seguinte, as cercanias do posto policial foram ocupadas por milhares de pessoas exigindo a libertação dos trabalhadores, o que acabou sendo feito.
No início de fevereiro foi a vez de o ex-primeiro-ministro grego Georgios Papandreou provocar as massas proletárias não apenas da Grécia, mas de toda a Europa ao dizer:
“A crise não acabou. Ainda hoje, se a Europa não tomar mais medidas, os sacrifícios dos portugueses, gregos, espanhóis e italianos poderão perder-se e mais nos será exigido”.
Papandreou disse o que disse na abertura do Conselho da Internacional Socialista, em Lisboa, na condição de presidente da Internacional, presidente do que a Internacional se transformou, ou seja, numa autêntica fanfarronice, após sucessivos golpes do oportunismo e do revisionismo ao longo do tempo.
Na Espanha, à indignação generalizada com o sem número de medidas antipovo que há anos vêm sendo implementadas no país se somou a indignação com as informações de que o primeiro-ministro Mariano Rajoy, capataz do FMI e da Europa do capital monopolista, beneficiou-se de esquemas de corrupção. O país vem sendo palco de grandes manifestações populares desde o fim de janeiro, com ações que incluíram protestos de milhares de pessoas na frente das sedes do partido do fascista e ladrão Rajoy nas duas maiores cidades espanholas, Madrid e Barcelona.