Kandahar: Afeganistão contra massacres do imperialismo
Mesmo o noticiário veiculado pelo monopólio dos meios de comunicação não consegue mais esconder: um inquebrantável ânimo revolucionário e retumbantes vitórias das lutas populares ao redor do planeta acuam cada vez mais as forças anti-povo empenhadas na devastação capitalista do mundo. Lutas estas umas mais, outras menos, de cunho verdadeiramente socialista, sejam as lutas trabalhistas, contra o patronato sanguessuga e as transnacionais, sejam as de libertação nacional, travadas contra as forças invasoras encabeçadas pelo imperialismo ianque, ou ainda as vigorosas guerras populares travadas em países como Peru e Índia contra as guerras de conquista, a pilhagem e os parasitas do povo. Às vésperas do 1º de maio, acirra-se a luta de classes e se avolumam os levantes das massas oprimidas. A reação, é claro, não baixa a guarda, mas as notícias que chegam das lutas das classes populares em todo o mundo estão longe, muito de longe, de darem conta de revezes da parte dos oprimidos; informam, isto sim, sobre a honra e a combatividade daqueles que não se dobram ante ao poderio do exército inimigo, reafirmando a violência revolucionária como arma e caminho legítimos para fazerem valer a vontade do povo.
O mais retumbante exemplo disso no mês de abril aconteceu no Afeganistão. Centenas de pessoas realizaram uma vigorosa manifestação na cidade de Kandahar contra a ocupação imperialista e seus sucessivos massacres perpetrados contra a população local pelos soldados do USA e pelas tropas da odiada Organização do Tratado do Atlântico Norte, em verdade subordinada aos desígnios da Casa Branca e do Pentágono. Os manifestantes bloquearam durante várias horas a principal estrada que corta Kandahar. O estopim da revolta foi a morte de quatro afegãos, entre eles uma criança, que estavam dentro de um carro e foram metralhados por soldados invasores sem qualquer razão. Enquanto o povo dava os braços para demonstrar seu ódio aos assassinos que se instalaram em seu chão, a resistência armada afegã honrava a vontade popular e realizava mais uma exitosa ação contra os traidores das massas e colaboradores do imperialismo. O prédio do serviço de espionagem e sabotagem contra-revolucionária do governo títere afegão foi impiedosamente atacado e dois agentes do Estado foram devidamente abatidos.
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O joio do trigo
Em outros lugares, certos levantes não têm o mesmo caráter anti-imperialista que se observa na resistência afegã. Na Tailândia, os manifestantes se vestem de vermelho, o vermelho das lutas revolucionárias, mas de caráter classista seus protestos e marchas pouco têm. Espalham sangue nas ruas para aterrorizar os governantes de turno, acuaram o gerente fascista Abhsiti Vejjajiva no lugar de onde ele veio, uma base militar, mas intentam na verdade forçar a realização de uma nova farsa eleitoral para que o oligarcaThaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro deposto em 2005, volte a encabeçar a administração da semicolônia tailandesa para o imperialismo.
De igual modo, no Quirguistão a luta recentemente travada não foi de classes, nem tampouco de libertação nacional, mas sim meramente um golpe de Estado. Os violentos confrontos entre populares e a polícia vistos nesta semicolônia não evidenciam, neste caso, que ali estivessem em causa as demandas do povo; mostram apenas que as classes dominantes estão se engalfinhando na acepção mais literal do termo, e que manejam seus apoiadores com habilidade suficiente para fazê-los ir de peito aberto ao encontro de balas e cassetetes em nome de uma facção das elites reacionárias. Na Tailândia ou no Quirguistão, tudo segue dentro dos limites do que as potências consideram aceitável de se ver ao redor do mundo. Tanto que o "governo interino" quirguistanês já anunciou, além de um arranjo ("acordo") com o grupo do governante deposto, que irá manter em funcionamento no país a gigantesca base militar ianque de Manas.