Os revolucionários proletários do mundo de hoje, sobretudo os das jovens gerações, puderam sentir algo similar ao que se passara com os seus pares em 1953. Testemunharam, a olhos vistos, o cessar da vida física de um grande Chefe comunista. Tal como Stalin é grande, antes de mais nada, por ter sucedido, sintetizado e desenvolvido a novos patamares o gigante labor do grande Lenin em um momento de incertezas no qual estavam em jogo grandes tesouros ameaçados pelo revisionismo e a reação; o Presidente Gonzalo o é, antes de mais nada, por ter sucedido o Presidente Mao Tsetung em período de riscos de mesmo tipo e por ter aportado decisivamente à luta do proletariado internacional e dos povos de todo o mundo. A história muitas vezes nos brindou com eventos tão extraordinários como esse: ao sair de cena um grande Chefe, um cume, já se pode ver um outro cume despontar para seguir escalando as alturas, apoiado no labor do precedente.
Ele é Chefatura da Revolução Proletária Mundial, condição reconhecida pela maioria dos Partidos verdadeiramente comunistas, os maoistas; condição sustentada nos fatos concretizados como Chefe do Partido Comunista do Peru (PCP) e da Revolução Peruana e de seus aportes à ideologia do proletariado internacional e à Revolução Mundial.
O Presidente Gonzalo foi assassinado em sua cela solitária. Foram 29 anos de tortura psicológica e física, tão sutis quanto perturbadoras. Sobre a sua moral lançaram lixo, lama e excremento: a reação imputou-lhe adjetivos que não são mais que mera projeção de sua própria natureza miserável contrarrevolucionária: terrorista, genocida, monstro sanguinário. Nada novo, não se poderia esperar que procedessem doutro modo, pois dizem o mesmo de todos os que encabeçam os pobres e oprimidos, guiando-os ao caminho da sua emancipação.
Depois, os reacionários e a Linha Oportunista de Direita (LOD), revisionista e capitulacionista de vermes da laia de Mirian (Elena Iparraguirre), com a CIA à cabeça, mudaram sua estratégia. Tentaram e seguem tentando transformá-lo, mesmo depois de morto, em um vulgar capitulador, que após a prisão teria chamado a baixar as armas todos os que viam nele a causa do Comunismo. Fracassaram!
Mesmo isolado, na melhor das hipóteses sem acesso nenhum ao mundo exterior (na pior hipótese, tendo acesso a uma outra realidade, inventada e transmitida por carcereiros e advogados, como se fosse real), o Presidente Gonzalo derrotou todos os planos da reação. Não permitiu que lhe jogassem com o nome. Não tomou parte da patranha. Seu último pronunciamento como dirigente foi o seu discurso, em 24 de setembro de 1992, em que conclama todos a seguir os planos e acordos partidários, isto é, prosseguir a Guerra Popular. Ele, como veterano Chefe comunista, sabia mais que ninguém que não se dirige desde a prisão. Por isso, quando teve oportunidade para manifestar-se, o fez com altivez e rechaçou a ideia de capitulação; como em 2004, durante um julgamento, o único que fez foi lançar de forma contundente as consignas: “Viva o Partido Comunista do Peru! Honra e glória ao povo peruano! Viva os heróis da Guerra Popular!”
Seu labor, vida e obra sobressaíram-se e, hoje, mesmo sem ele poder ver, dão frutos. O Movimento Comunista Internacional (MCI) se unifica a cada dia ante uma só bandeira, por ele desfraldada: “Unir-se sob o Maoismo!”. Em todo o orbe, comunistas maoistas hasteiam sua bandeira vermelha comunista, marxista-leninista-maoista, aprendendo de suas contribuições de validez universal para fazer avançar a Revolução em cada país, a serviço e como parte da Revolução Proletária Mundial.
Uma nova época da história universal. Uma nova época de Revoluções. Hoje, o momento sob o qual transita o mundo é de grandes tormentas, quando as massas laboriosas de todo o planeta erguem-se explosivas pela força da necessidade, e tateiam à procura da luz universal que lhes forneça caminho; época em que as guerras populares prosseguem incontíveis no Peru, Índia, Turquia e Filipinas; contexto no qual Partidos maoistas militarizados preparam o desencadear de guerras populares em mais e mais países. Época de grandes cataclismas sociais, misérias, guerras de todo tipo, nunca antes vistas e eclosões de revoltas de dimensões tais que apanham de surpresa o indiferente. Nos prenúncios dessa época, viveu e lutou o Presidente Gonzalo, que a previu com sua só extraordinária agudeza de sua mirada de águia das montanhas, e sua obra aporta decisivamente para que a Humanidade sobressalte toda a opressão e exploração. Assim, se bem o homem Abimael tenha ido, o Presidente Gonzalo segue vivo em seu todo-poderoso pensamento; na mente esclarecida, no coração ardente, nas mãos hábeis dos operários, camponeses e todos os que se levantam contra a velha ordem, em todo o mundo, em sua guerra sem quartel pelo Comunismo.