Editorial – Tragédia anunciada

Editorial – Tragédia anunciada

A gerência FMI-PT mantém intocáveis todos os atos lesivos aos interesses nacionais — perpetrados por ela propria e pelos que se sucederam pós 64. Nenhuma medida antinacional foi revogada, inclusive, ela se adianta em aplicar o que ainda carece de aprovação do pseudo-parlamento. E, quando se trata de determinações da metrópole, assegura a execução de todas as medidas cabíveis.

A manutenção do decretro de Cardoso que criminaliza a luta pela terra e os despejos acertados com latifundiários, em Gabinete, pelo governador Aécio Neves, sinalizaram o massacre dos camponeses de Felisburgo. Não há, pois, como isentá-los de responsabilidade por esta tragédia. Ao declarar, pereptoriamente, que não muda a política econômica da administração FMI-PT, mantém intacta a velha e carcomida estrutura política e ideológica que funciona segundo os interesses do latifúndio e da grande burguesia, bases do imperialismo em nosso país.

Esta é, também, a maior confissão de sabujisse já pronunciada pelo atual gerente colonial. Ou ele não muda porque não pode, diante dos compromissos assumidos com o império; ou não muda porque não quer, por estar convencido que esta é a melhor política para o país. Em qualquer dos casos, não serve ao Brasil.

Seus ouvidos são todos para para os sanguessugas internacionais, que por aqui fazem escala, em suas viagens de negócios.

Não quis ouvir o recado das eleições, nem mesmo o de São Bernardo do Campo, cujos eleitores, ao receberem carta sua indicando para prefeito o global Vicentinho, reponderam elegendo o adversário com 76% dos votos , em primeiro turno.

Também, desdenhou os estudantes, que em Alagoas marcaram seu protesto com ovos e tomate: — eles não sabem por que gritam.

Se não tem ouvidos, muito menos terá olhos para enxergar que o povo já começa a por fim ao latifúndio, quebrar as centrais amarelas e fazer prevalecer a indepêndencia e a soberania nacional.

 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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